sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Quantos dias eu preciso para conhecer Barcelona?


Depois de tudo que já falei sobre Barcelona fica a pergunta: quanto tempo preciso para conhecer essa cidade?
Meu amigo, difícil responder!
Eu já fui mais de uma vez para lá e acho que ainda preciso voltar. Mas vou tentar organizar um roteiro “básico”, digamos assim, com 3 dias. Tudo que eu citar abaixo já está descrito em detalhes nas postagens anteriores.

PONTOS TURÍSTICOS DE BARCELONA
DIA 1:
Visite a parte velha da cidade. La Ribera onde está a Catedral de Santa Maria de Mar e o modernista Palau de La Musica Catalana.
Depois, Bairro Gótico e Catedral de Barcelona. Se já estiver na hora, faça um pit stop num bar de tapas na praça em frente à catedral ou numa das granjas (confeitarias da rua Petrixol para provar o clássico chocolate quente e churros.
Vá para o Mirador Colom e explore o Porto Velho (POrt Vell).
Volte para o Mirador e comece a subir as Ramblas.  Vá com calma, apreciando o movimento, os edifícios, o mosaico de Miró e La Boqueria. Voce não vai resistir a um suco de frutas frescas!
Continue subindo até a Praça da Catalunha e termine o dia no El Corte Ingles, uma rede de lojas espanhola que tem no último andar uma Cafeteria e Restaurante com uma vista muito bonita da cidade.
Se preferir, faça reserva num restaurante mais tradicional. Já dei o endereço do Botafumeiro, um restaurante com estrela Michelin e do Asador de Aranda, um restaurante de carnes.

DIA 2:
Comece pela visita ao Parc Guell e continue nas obras de Gaudi visitando o Templo Expiatório da Sagrada Familia. Atenção para o detalhe que para ambos os passeios você tem que comprar ingressos e eles tem hora marcada para o início do tour. Então, para não perder tempo, compre o ingresso com antecedência pela internet.
Depois vá para o Passeig de Gracia. Aqui estão várias casas modernistas abertas para visitação. Para uma primeira vez, escolha visitar a casa Batló, a mais icônica de todas. Mas aprecie a outras de fora mesmo enquanto desfruta da atmosfera chique e fashion do Passeig, com prédios lindíssimos e lojas de marcas nacionais e internacionais. Sugiro iniciar próximo à Avenida Diagonal onde está a Casa Milá e ir descendo até a Casa Batló para uma visita. Os horários também são marcados então está valendo a mesma dica de comprar pela internet. Os últimos horários são melhores para ver a cidade ao entardecer no terraço.
Após a visita, termine seu dia no El Nacional que está pertinho, do outro lado da rua.

DIA 3:
Comece o dia visitando o Parc de la Ciutadela e a Barceloneta. Voce pode ir à praia ou somente aproveitar o clima de um dos restaurantes na orla. Depois de dois dias corridos, é hora de relaxar um pouco.
Se adora praia e tem mais tempo na cidade, tire o dia todo por aqui. Se não quer praia, uma opção é ir visitar o Recinte Modernista Sant Pau.
A tarde reserve para as atrações do Montjuic, para terminar o dia no mirante do Castelo e depois descer para ver o espetáculo das fontes (pesquisar hora e dia certos).
Depois disso, você está pertinho do shopping Las Arenas de Barcelona, antiga Plaza de Toros e pode comer e fazer as famosas comprinhas de viagem. Ou então, termine sua noite num bar de tapas como o Mordisco.

Quem for ficar mais tempo, pode fazer esses passeios com mais calma, pode ampliar para outras atrações, como por exemplo visitar o Monte Tibidabo, Museu de Arte Contemporanea, Museu do Chocolate, Museu Picasso... e por aí vai!
Com mais tempo também pode explorar os arredores da cidade: ir a Montserrat nas montanhas, ou explorar as praias do litoral.
Na minha última visita à Barcelona em agosto/setembro de 2017 fiz esses dois passeios e vou contar nas próximas postagens.

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

A Barcelona de hoje

Nem só de passado vive Barcelona! Ela é uma cidade moderna, agitada, alegre e com praia!
Como uma cidade moderna, tem opções de passeios, compras, diversão, gastronomia... Em vários pontos da cidade aparecem atrações interessantes. Além disso, dependendo da época do ano que você for à Barcelona, uma visita à praia só faz bem. 

Mapa da região do Porto Velho, Barceloneta e Porto Olimpico

PORT VELL (PORTO VELHO):
Como em muitos outros lugares a região portuária de Barcelona estava abandonada, perigosa até 1982 quando foi totalmente revitalizada e modernizada para as Olimpíadas.
Vista do Mirador de Colom e de navios no Porto Velho vistos do alto da Catedral de Barcelona

Agora se pode passear pelo Passeig de Colom (Colombo) apreciando os piers de barcos de recreio, a Gambrinus, uma escultura que parece uma lagosta gigante, indo até o Museu de História da Catalunha. No passeig também é possível acessar o teleférico que leva os passageiros até o Montjuic (falo dela eum pouca mais pra frente) e as Golondrinas, barcos que fazem um passeio pelo porto.
Pela Rambla del Mar chegamos ao shopping Maremagnum, Imax e Aquarium, que possui um tunel transparente sensacional! É um lugar excelente para passear quando se viaja com crianças.
Rambla del Mar

BARCELONETA E PORTO OLÍMPICO:
Não vá esperando uma praia maravilhosa como estamos acostumados aqui no Brasil que vai se decepcionar! A Barceloneta é uma praia famosa, muito frequentada, mas não tem nada de excepcional. O que vale aqui é a boa estrutura de apoio e os bares de praia, os chamados chiringuitos.
Praia é sempre um programa gostoso, relaxante e que só não vale a pena se você tiver pouco tempo na cidade.
Junto à Barceloneta está o Porto Olímpico, como o nome diz construído para as Olimpíadas de 1982, em frente à Vila Olímpica e próximo da praia de nova Icária. Chama a atenção os prédios modernos, lojas, restaurantes, bares.
Porto Olimpico

Escultura de Frank O. Gehry

Mais uma vista do Porto Olimpico

Preparada para a praia que está ao fundo
MONJUIC: colina situada à sudeste da cidade, sendo o ponto mais alto da cidade. Pode-se subir de teleférico, que sai do Porto Velho. Muita coisa para fazer por lá!
a) Jardim Botânico
b) Anel Olímpico de Barcelona
Vista do Estádio Olímpico de Barcelona
c) Museu Nacional de Artes da Catalunha
Predio do Museu de Artes da Catalunha no Montjuic
d) Fundação Miró
e) Castelo Medieval de Monjuic - antiga fortaleza militar que hoje funciona como um mirante maravilhoso para ver o por-do-sol.
Castelo Medieval de Monjuic
f) show da fonte mágica de Monjuic - importante consultar o site para ver os dias e horários do show.
A foto está ruim, mas o show é lindo!
g) compras no shopping center Las Arenas de Barcelona, construído na antiga Plaza de Toros, num projeto de arquitetura sensacional de modernização e manutenção da arquitetura antiga.
h) Praça de Espanha - aos pés de Montjuic
Plaça Espanya
PARC DE LA CIUTADELA: parque mais antigo de Barcelona. Tem uma grande fonte Monumental, lago, duas estufas, o Castelo dos 3 Dragões (já falei sobre ele), que abriga o Museu de Ciencias Naturais (atualmente fechado) e o zoológico.

CAMP NOU (ESTADI DEL FUTBOL CLUB BARCELONA): Carrer d'Aristides Maillol. O estádio do famoso clube de futebol pode ser visitado em vários tipos de tour diferentes. Para os amantes do futebol é um dos passeios "top" na cidade.
Proximidade do Camp Nou
AVENIDA DIAGONAL E AVENIDA TIBIDABO:
A Avenida Diagonal tem 11 kilometros e corta a todo o bairro do Eixample. Avenida larga com prédios comerciais e de negócios. A Torre Agbar o predio moderno mais diferente de Barcelona fica na avenida.
Avinguda Diagonal

Avenida Diagonal e o tram
A Avenida Tibidabo é uma das mais charmosas, com edifícios de residência da classe alta. Vai subindo até o alto da colina de mesmo nome onde há um parque de diversões (mais um programa para crianças!). Existe um tram especial que faz esse trajeto, o tram Blau (não está em funcionamento desde fevereiro 2018 para reestruturação, sem previsão de retorno.
Exemplo de construção na Avenida Tibidabo onde hoje funciona um restaurante
REGIÃO DAS RAMBLAS:
La Rambla é uma avenida de pouco mais de um kilômetro, arborizada, para pedestres, e por estar bem central na parte velha da cidade, está sempre lotada de turistas. Infelizmente essa qualidade acabou fazendo com a Rambla sofresse um ataque terrotista em agosto de 2017. Estive na cidade exatamente uma semana depois e presenciei a tristeza, a incredulidade porém mescladas com um sentimento de força e resistência.
Mas, voltando ao turismo, La Rambla começa na Praça da Catalunha e vai até o Port Vell, onde está o Mirador de Colom (Colombo). Vive lotada de gente que está ali para passear, fazer compras, ir a bares ou restaurantes. Assiti a um show de flamenco numa casa na Rambla.
Mirador Colom

Mosaico de Miró

Museu Erótico na Rambla
Uma visita quase obrigatória é ao Mercado Municipal São José, La Boqueria. Um festival de bancas de frutas frescas, frutas secas, embutidos, carnes legumes e produtos típicos dos mais diversos.
Fachada da entrada do mercado






Depois de andar bastante, nada melhor que tomar um suco de fruta fresca em la Boqueria!

Para terminar, alguns restaurantes que eu visitei nessas andanças:
BOTAFUMEIRO - restaurante tradicional de cozinha catalã e galega, principalmente de peixe e frutos do mar. Carrer Gran de Gracia, 81.
BARNA BIER - cervejaria e restaurante de comida mediterrânea na região da Barceloneta. Carrer de la Marina, 16.
ASADOR DE ARANDA - um restaurante de carnes. Uma das filiais está naquela casa da avenida Tibidabo que eu coloquei acima. Avenida del Tibidabo,31 e Carrer de Pau Claris,70.

terça-feira, 16 de outubro de 2018

A Barcelona Modernista

O movimento modernista catalão, conhecido como MODERNISME se desenvolveu entre os anos de 1880 a 1930. Os avanços da Revolução Industrial criaram novas tendências na arquitetura, dando grande importância à estética. Alguns o consideram um equivalente da Art Nouveau, mas com personalidade própria. Os elementos decorativos são inspirados na natureza. É um estilo urbano e burguês, usado para demonstrar poder econômico.
Ainda hoje podemos ver vários exemplos desse movimento arquitetônico em Barcelona. A maioria desses edifícios se encontra no Eixample, um bairro grande, concebido por um engenheiro para expandir a cidade, justamente nessa época da Revolução Industrial. As ruas são largas, os edifícios não são muito altos e os quarteirões possuem pequenos jardins em ilhas para uso comunitário; as esquinas são chanfradas. É no Eixample que fica o Passeig de Gracia, sua rua mais emblemática e onde está a maior concentração de obras modernistas.
Já falei sobre algumas das obras modernistas quando fiz um post sobre o universo de Gaudì, o mais conhecido dos expoentes modernistas. Mas não é somente de Gaudì que vive o Modernisme. Vou tentar falar um pouquinho sobre essas maravilhas! Sobre algumas já falei, mas nunca é demais repetir. E uma dica: quem curte arquitetura e urbanismo, não pode deixar de conhecer, nem que seja por livros!
CATEDRAL DA SAGRADA FAMILIA: monumento mais visitado, obra-prima ainda inacabada de Gaudì. Carrer de Mallorca, 401.
Uma das fachadas laterais da Sagrada Familia
LA PEDRERA (CASA MILÁ): Passeig de Gracia, 92. Concebida por Gaudi para ser residencia da família Milá e também um condomínio com várias moradias. As chaminés no telhado são a coisa mais surreal que já vi!.
La Pedrera

Maquete exposta na própria Casa Milá
CASA BATLÓ: junto com a Catedral da Sagrada Familia uma das obras de Gaudi mais conhecida e mais visitada. Sua fachada de mosaicos de azulejos coloridos e o telhado parecendo as escamas de um réptil realmente chamam a atenção! Passeig de Gracia, 43.
Fachada da Casa Batló
PARQUE GÜELL: o espaço verde mais emblemático de Barcelona.
Um dos edifícios da entrada do parque
Praça da Natureza
PALAU DE LA MUSICA CATALANA: uma casa de concertos construída entre 1905 e 1908 por Lluís Domenech i Montaner. Considerada uma jóia do movimento modernista, está localizada na parte mais antiga da cidade (bairro da Ribera), perto do bairro Gótico. Não fiz a visita nessa última viagem à Barcelona, portanto peço desculpas pela falta de fotos. Impressiona os mosaicos com motivos florais espalhados por todo o edifício. A clarabóia na sala de concertos é incrível! Está aberto à visitação, mas as visitas são sempre guiadas e duram em torno de 1 hora.
RECINTO MODERNISTA DE SANT PAU: Carrer de Sant Quinti, 89. O local tem uma história longa, pois antes do prédio atual funcionava ali o hospital de Santa Cruz desde 1401. Com o crescimento da cidade, encarregaram Lluís Domenech i Montaner, com o financiamento do banqueiro Pau Gil de construir não um hospital, mas o complexo hospitalar de Santa Creu (Santa Cruz) e Sant Pau. A construção durou de 1902 a 1930. Foi para esse hospital que Gaudí foi levado após o atropelamento que o vitimou. Funcionou como hospital até 2009 e  para nossa alegria, a partir de 2014 está aberto à visitação. São vários pavilhões com um  jardim central. Os pavilhões e o jardim são interligados por túneis subterrâneos. Chamam a atenção o Pavilhão São Rafael, São Jordi e o da Administração.
Eu como médica, tinha um interesse especial nessa visita, que foi meu objetivo principal na minha  última visita à Barcelona em 2017.

Maquete que mostra o tamanho dessa "masterpiece" modernista
Fachada principal

Detalhe da fachada principal

Detalhe do prédio principal
Objetos médicos em exposição
Interior de uma das alas
Jardim interno
Detalhe externo dos pavilhões

Detalhe externo dos pavilhões
Interior do pavilhão da administração

Parte externa do pavilhão da administração
CASA AMATLER: Passeig de Gracia, 43. Ao lado da Casa Batló, residencia do Sr Amatler, dono de uma fábrica de chocolates, e sua filha. Foi reformada entre 1898-1900 pelo arquiteto Puig i Cadalfalch. O estilo escolhido foi o neoclássico, com vários elementos modernistas. Mantém seu mobiliário e tudo foi restaurado e aberto à visitação em 2015.
CASA LLEÓ I MORERA: Também localizada no Passeig de Gracia, no número 35. A casa da família Morera desde 1864, foi reformada em 1905 por Domenech i Montaner. Notamos na parte externa muitos motivos florais que lembram o Palau de La Musica Catalana.
Essas duas casas juntamente com a Casa Batló, formam o chamado "Quarteirão da Discórdia", ou "Manzana de la Discordia". O estilo modernista surgiu numa época de ascenção da burguesia catalã e havia muita disputa de qual a casa mais bela da cidade, disputa essa inflamada pela imprensa local que criou esse nome.
Casa Amatler ao lado da Casa Batló. 

Parte das fachadas da Casa Batló e Amatler - "Manzana de la Discordia"
Outras obras modernistas:
CASA VICENS: casa de Manuel Vicens fabricante de azulejos feito por Gaudi. Carrer de les Carolines, 20.
PALACIO GUELL: residencia privada da famíloa Guell. Carrer Nou de La Rambla, 3-5.
CASA COMALAT: Avinguda Diagonal, 442
CASA FUSTER: Passeig de Gracia, 132
CASA CALVET: Carrer San Marc, 57
CASA FIGUERAS O TORRES BELLESGUARD: construída junto às ruínas medievais da Torres Bellesguard (bela vista). Carrer de Bellesguard, 20.
CASTELO DOS 3 DRAGÕES: dentro da Parc de La Ciutadella, onde hoje funciona o Museu de Ciências Naturais.

Se não puder conhecer todos, eu sugiro as casas do Passeig de Gracia (as 3 que se encontram proximas: Batló, Amatler e Lleó i Morera, além da Casa Milá). Mesmo que não consiga visitar todas por dentro, vale pelo menos admirar o estilo arquitetônico. A Igreja da Sagrada Familia e o Parque Guell são icônicos e merecem visita também. O Palau da Musica Catalana e o Recinto Modernista Sant Pau também têm lugar de destaque na minha lista.

Aproveitando que está no Passeig de Gracia, indico dois lugares para ir depois das visitas:
EL NACIONAL: um espaço gastronômico com decoração que lembra os anos 30 (para continuar no tema modernista), aberto em 2014 no Paseig de Gracia, 24 BIS, com uma entrada mais recuada mas bem sinalizada. São 4 bares - de vinhos, de cervejas, de ostras e de coquetéis e 4 restaurantes - La Braseria, La Taperia, La Paradeta e La Llotja.
Fachada do El Nacional


Um dos bares do El Nacional

Coca (uma especie de pizza) Catalana no La Paradeta
MORDISCO: um bar de tapas muito bom, com decoração contemporânea na Passatge de La Concepció, 10. Eu adorei!
Presunto pronto para fazer parte de um tapa maravilhoso!


Um outro local que pode ser visitado não é exatamente um exemplo do Modernisme mas foi idealizado por um dos arquitetos modernistas Josep Puig i Cadafalch: o Poble Espanyol. É praticamente um museu a céu aberto construído para a Exposição Universal de 1929 e como muitas obras para essas exposições em outras cidades, não foi desmontado depois. Ele concentra no mesmo espaço réplicas de vários dos estilos arquitetônicos de toda a Espanha. É uma viagem pelo país sem sair do lugar. Hoje tem lojas de artesanatos nas edificações.
Maior tacho de paella que eu já vi!

Pueblo Espanyol