Viagens da Carrinho: Praga: conhecendo a Cidade Velha parte 2 e Novè Mesto

Só para falar sobre a praça da Cidade Velha de Praga foi um post inteiro! Mais ainda tem muita coisa para ver!

Usando a praça como ponto inicial, podemos conhecer:

a rua Celetna, uma das mais antigas da cidade, e que fazia parte da rota de coroação dos reis da Bohemia em direção ao Castelo de Praga. O nome deriva de pães daquele tipo trançado que eram vendidos nela na Idade Média. Para não fugir à característica de toda a cidade velha, os prédios são lindos e vale a pena ir andando e apreciando. A rua liga a praça ao nosso próximo de interesse, a Torre da Pólvora.

Essa é uma das torres defensivas da muralha da cidade,a única que permanece em pé. No século XVII foi usada como depósito de pólvora, o que explica o nome. É possível visitar seu interior, que tem uma exposição sobre a história de Praga. A torre está conectada com a casa Municipal, um edifício Art Nouveau lindo, uma sala de concertos. Já estamos na chamada Cidade Nova. O prédio é bonito por dentro também. É possível fazer um tour guiado (em tcheco ou em inglês) ou simplesmente entrar e tomar um café na cafeteria e apreciar ao redor.

Chegando na Torre de Pólvora

Conexão entre a Torre de Pólvora e a Casa Municipal.

Fachada principal da Casa Municipal.

Voltando para a praça, nossa referência, podemos caminhar pela

rua Pariska, um grande boulevard com lojas de grifes internacionais. A caminhada também serve para nos levar ao bairro judeu, o Josefov. Vale a pena conhecer a Sinagoga Espanhola, a Sinagoga Pinkas e o antigo cemitério judeu. É necessário ingresso para essas visitas. A visita mais impactante é ao velho cemitério judeu. Por 3 séculos foi o único espaço reservado para enterrar os mortos. Como o espaço era insuficiente, a grande quantidadede de lápides quase sem espaço entre elas. Eu já fiz essa visita numa viagem anterior e nessa última fiz apenas um citytour de charrete.

Citytour de charrete na cidade velha, passando pelos pontos importantes do Josefov

Passeando pelo bairro judeu.

Após o passeio pelo bairro judeu, já estamos próximos das margens do Moldava. Se continuar caminhando pelas margens para o lado direito, já adentramos o Nové Mesto, o bairro "novo", nem tão novo assim. Se for caminhando para a esquerda, rapidinho chegamos na ponte Carlos, talvez a maior atração de Praga.

Caminhando pela margem do ria em direção à ponte Carlos

Como estamos falando sobre opções para passeios a partir da praça da cidade velha, se pode chegar à ponte Carlos pela:

rua Karlova: mais uma rua que fazia parte da rora de coroação dos reis da Boêmia. Estreita, muito movimentada! Já que liga a Praça da Cidade Velha com a ponte Carlos, a quantidade de turistas passando de uma lado para o outro é assustadora em algumas épocas do ano. Essa quantidade de gente às vezes dificulta a apreciação das lindas fachadas dos prédios, que no térreo abrigam lojas, restaurantes, cafés e galerias de arte. Foi numa desses cafés que eu provei o Trdelnik - um doce que tem uma massinha cozida em forma de cone com recheios variados que você escolhe.

Meu trdelnik foi de maçã com canela.

Uma parada estratégica para programar os próximos passos e descansar um pouco da movimentação da Karlova.

Em todas essas ruas no entorno da Praça da Cidade Velha, aliás em toda Praga, vemos muitas lojas vendendo peças de cristais, de todos os tamanhos e preços, desde peças de design até peças mais simples. Praga está localizada na antiga região da Bohemia, famosa por seus cristais de altissima qualidade. Como existem peças para todos os gostos e para todos os bolsos, aconselho a não voltar sem uma.

Driblando a quantidade de turistas pela rua Karlova, chegamos à ponte Carlos (Karluv Most),o lugar de maior concentração de pessoas por metro quadrado de Praga.

Entendeu o que eu quis dizer com "muita" gente?

Para apreciar devidamente essa maravilha, muitos recomendam visitá-la em horários alternativos, por exemplo antes das 7 da manhã. Para apreciar com calma todas as estátuas e a paisagem, como menos gente é melhor. Para fotografar então, é imprescidível fugir dos horários de pico. Uma outra maneira de fugir da multidão é ver a ponte de outro ângulo, a partir do rio, fazendo um passeio de barco. Depois falo sobre isso.

Para fugir da multidão só vendo a ponte de outro ângulo mesmo!

Mas vamos falar sobre a ponte: o início da construção foi em 1357, num dia e hora prederterminados pelo rei Carlos IV, aficcionado por astrologia. As obras duraram 45 anos, já com a torre na margem do lado do castelo e depois ao longo dos anos foram acrescentadas a torre da outra margem e todas as estátuas que a decoram hoje. Antes mesmo de ficar pronta, a ponte já tem sua primeira história: João Nepomuceno, vigário-geral de Praga e confessor da rainha, foi torturado e jogado da ponte por ordem do rei Venceslau IV por se recusar a revelar os segredos de confissão da rainha. Ele virou santo em em 1729 e foi a primeira estátua colocada na ponte Carlos; dizem que se quiser voltar a Praga é preciso tocar a placa abaixo da sua estátua. Foram várias destruições por enchentes e reconstruções e desde 1965 ela é exclusiva para pedestres. São 30 estátuas na ponte (atualmente as que estão lá são réplicas), a última foi colocada em 1928 - estátua de São Cirilo e São Metódio.

Torre do lado norte (cidade velha) da Ponte Carlos

Vista do rio Moldava

Torre sul - do lado do Malá Strana

Gente por todos os lados

As torres de N S de Tyn ao fundo

O castelo de Praga ao fundo

A mesma ponte em tres momentos diferentes!

Alguns dizem que são 31 estátuas porque contam também uma estátua que fica do lado sul, mais separada da ponte: a estátua de Bruncvik, um herói tcheco com sua espada.

Terminando de maneira incrível os passeios pela cidade velha, resta conhecermos a cidade nova (Novè Mesto) para completar a visita de todo essa margem do Moldava.

Essa parte nova (nem tão nova assim), meio que abraça a cidade velha. Aqui é mais difícil conhecer os pontos turísticos a pé; as distâncias são maiores. O metrô de Praga é uma ótima opção. A linha A tem estações desde o castelo de Praga, até a praça Venceslau, com paradas em vários pontos turísticos. Além disso, o metrô tem conexão direta com a estação central de trens, uma opção frequente dos turistas para chegada/partida de Praga e também para qualquer passeio para outras cidades da República Tcheca.

Nessa minha última viagem à Praga, optei por fazer um mini city tour e passeio de barco por uma empresa de turismo local. O passeio incluiu a maioria dos pontos turísticos do bairro novo. O tour começõu na rua Hytirska, próxima da praça da República, passou pela Estação Central de Trens (Praha Hlavní Nadrazi), pela praça Venceslau, com parada para apreciarmos sua configuração ascendente tendo ao fundo o Museu Nacional de Praga, a estátua equestre de São Venceslau e também escutar as histórias desse ponto onde são celebradas as grandes datas da Republica Tcheca e também as manisfestações populares. Nela foi comemorado o fim do regime comunista.

Praça Venceslau e o Museu Nacional de Praga

Praça Venceslau

Estátua Equestre de São Venceslau

Continuando o passeio, chegamos às margens do Moldava, passamos pelo Teatro Nacional e pela Casa Dançante (Tancici dum), um prédio de escritórios desenhados por um arquiteto tcheco, Vlado Milunic, em parceria com Frank Gehry. O prédio tem uma forma bem diferente, descrita como um casal que dança, sendo também chamado de Ginger e Fred. Tem um Glass Bar no último andar, muito concorrido pela vista que apresenta, então precisa de reserva com muita antecedência.

Teatro Nacional

Fred e Ginger

Após esse pequeno passeio pelo Nove Mesto, embarcamos para um passeio de barco pelo rio Moldava. Escolhemos fazer o passeio no final da tarde, com jantar, então vimos a cidade iluminada na volta, foi bem bonito. O lado negativo é que essas opções com refeições acabam sendo passeios mais longos, numa parte já não tão interessante e a comida na verdade não compensou também. Acho que indicaria um passeio mais curto, sem comida, mesmo que não seja possível fazer no horário noturno.