A Áustria é um país fantástico e Viena uma das minhas cidades preferidas.
Da última vez que estive por lá, descobri um motivo para amar esse país ainda mais!
Já tinha visto o rio Danúbio em Viena, em Budapeste, mas dessa vez fui vê-lo fora do ambiente urbano. Fui visitar a região conhecida como Wachau. É uma região de montanhas e do vale do rio Danúbio, entre as cidades de Melk e Krems.
O Wachau é um patrimonio mundial da UNESCO. É uma área de cultivo de damasco e principalmente vinícolas. Adoro!
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www.velociped.de |
Fiz o passeio partindo de Viena até Dürnstein pela rodovia S5. São mais ou menos 85 Km. A medida que nos afastávamos da área metropolitana, a estrada, sempre paralela ao rio Danúbio, ia ficando cada vez mais bonita, arborizada.
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A caminho de Dürnstein |
Chegando próximo à Dürnstein, as árvores começam a dar lugar às videiras. São inúmeras pequenas propriedades produtoras de seu próprio vinho. A grande maioria do que se produz aqui serve para consumo interno.
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Pequenas vinícolas da região de Wachau |
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videiras para todos os lados! |
Dürnstein é um vilarejo simpático a beira do Danúbio, com ruínas de um castelo. Ver castelos a beira do rio vai se tornar frequente durante esse passeio, mas esse castelo é especial porque diz a história que foi onde o rei Ricardo Coração de Leão ficou aprisionado esperando seu resgate, após ser feito prisioneiro na volta da Terceira Cruzada. Aqui também é possível comprar a produção local de vinhos, geléias e doces.
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Vilarejo de Dürnstein |
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Vista da margem do Danúbio na altura de Dürnstein |
De Dürnstein seguimos ainda pela S5 até Spitz, outro vilarejo na margem do Danúbio.
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Vilarejo de Spitz |
Aqui em Spitz mudamos nosso meio de transporte. O resto do trajeto até Melk, fizemos de barco. É possível fazer todo o Wachau dessa maneira - de Krems até Melk, com paradas também em Dürstein, Spitz e Emmersdorf. Há barcos fazendo esse percurso várias vezes por dia, nos dois sentidos. O percurso total dura cerca de 1 hora e 40 minutos e também é possível fazer somente parte dele, como foi o meu caso: somente de Spitz até Melk. Esse mesmo circuito pode ser feito de trem, carro ou bicicleta, então tem muita gente que alterna os meios de transporte na ida e na volta. Se usar o trem em algum trecho, é possivel comprar o ticket na hora, mas é recomendável que voce veja pelo site os horários para não perder tempo.
O barco tem uma parte superior aberta, com bancos e mesas, e a parte inferior fechada, com cadeiras e restaurante, onde voce pode aproveitar o passeio, tomando um vinho regional, de preferencia um Riesling.
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Pontos de embarque/desembarque e detalhes do barco |
Ele vai numa velocidade lenta, sem muito balanço, tornando a viagem de mais ou menos 1 hora e 20 minutos estremamente agradável.
A paisagem é linda! Fiz o passeio num dia nublado, como voces podem ver pelas fotos, mas mesmo assim foi um passeio muito bonito. Pequenas cidades nas margens do Danúbio, videiras dos dois lados, castelos ou ruínas no alto das colinas... Realmente um lindo cenário!
Quando chegamos a Melk, surpresa total!
Confesso que comecei esse passeio sem saber bem o que esperar. Me chamou a atenção a possibilidade de apreciar os vinhedos (eu adoro vinhos!) e o nome Melk, por conta do nome de um dos personagens de Umberto Eco no livro "O Nome da Rosa", Adso de Melk. Sabia que era uma abadia, mas nada me preparou para o que eu encontrei!
A Abadia Beneditina de Melk foi fundada em 1089. É a mais antiga da Austria. Resistiu e cresceu ao longo dos anos e hoje toda restaurada é um exemplo de arquitetura barroca.
Ela fica numa situação elevada em relação à cidade de Melk.
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Vista da cidade de Melk a partir da Abadia |
Na parte externa da Abadia há uma estrutura montada para o turista com sanitários, restaurante e loja (sempre tem que ter uma lojinha!). Voce pode também comer antes ou depois da visita na cidade de Melk.
Passando pela entrada do pátio externo, encontramos um jardim lindo e um terraço de onde se tem uma vista panorâmica da abadia e da cidade.
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Fachada da entrada para o pátio externo |
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Detalhe da fachada externa |
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Jardim no pátio externo |
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Vista da cidade a partir do terraço |
No pátio externo também está o local para a compra de ingressos para visitar a abadia. As visitas são guiadas e existem tours em inglês, frances, espanhol além de alemão. Toda a ala esquerda do mosteiro está aberta à visitação. Os monges até hoje habitam a ala direita. A ala esquerda era onde os nobres que visitavam a abadia se hospedavam; hoje ela abriga um museu com peças que contam sua história. Além do museu é possível visitar o Salão de Mármore, obviamente decorado com mármore escuro e com pinturas no teto com um efeito de profundidade sensacional!
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Entrada para o pátio interno |
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Salão de Mármore |
A igreja faz com que a gente solte uma exclamação de espanto e admiração.
Agora, o coração dessa abadia é a biblioteca! Os beneditinos sempre valorizaram o conhecimento e isso transparece no cuidado e apuro com que montaram essa biblioteca. Pé direito altíssimo, prateleiras até o teto repletas de livros com encadernações lindas. Agora entendi a inspiração de Umberto Eco. Para mim que sou viciada em livros, fica até difícil descrever a sensação de entrar nesse lugar! Para voces terem uma idéia, não tirei foto alguma! Fui totalmente absorvida pelo momento. Então, para que voces possam ver o que eu vi, digitalizei um cartão postal que comprei quando percebi que não havia fotografado nada e usei também uma imagem da wikipedia.
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wikipedia.com |
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Meu cartão postal digitalizado! |
Esse foi um dos passeios mais inesperados que fiz. Um dos atrativos de viajar é esse: apesar de toda preparação e planejamento, ser surpreendido por algo totalmente novo. Voltei para Viena pela autoestrada A1 feliz da vida!
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