sábado, 29 de junho de 2024

VISITANDO SEVILHA A CAPITAL DA ANDALUZIA - DIA 1

Continuando minha viagem pela Espanha de agosto de 2022, dei adeus (na verdade um até logo) para Granada e parti em direção à Sevilha, a capital da Andaluzia, ainda para apreciar esse herança árabe que tanto influenciou a cultura espanhola.

Foram 243 Km desde Granada e a chegada foi tranquila apesar de ser uma cidade maior, com mais que o dobro da população de Granada. Fiquei hospedada por 2 noites no Hotel Meliá Lebreros (Luis de Morales,2). Fácil de chegar, estacionamento próximo (estava viajando de carro) e em frente ao hotel tem uma El Corte Ingles e o Nervión Plaza Shopping Center. Qualidade da rede de hotéis, facilidade também para chegar nos principais pontos turísticos que ficam todos bem próximos. Há uma estação de metrô (Nervión - linha 1) próxima do hotel.

Bem feliz de estar em Sevilha, uma cidade de aproximadamente 700.000 habitantes, mas com um ritmo de vida descontraído, muita cultura e história, uma vida noturna agitada! É uma cidade de um astral ótimo. O clima é bem quente e seco, então é se programar para ter uma estadia boa.

Agora bem acomodada, vamos aos passeios!! 

DIA 1

Fui direto conhecer a Plaza de España! 


Praça construída no parque Maria Luiza em 1928 para a exposição Ibero-America do ano seguinte. Obra de Anibal Gonzalez. Tem uma forma semi circular, com um edifício central e duas torres em estilo barroco. Na praça em frente aos edifícios há um canal com 500 metros, onde se pode passear de barco. A parte que eu acho mais especial e linda é a galeria com 48 bancos com decoração de azulejos, feitos pelos mestres artesãos de Triana, representando ao províncias espanholas.


Detalhe de uma das torres barrocas do edifício da Plaza de España 

Vista do edifício central, do canal e uma de suas pontes


Galeria de azulejos

Galeria de azulejos mostrando o brasão e características das regiões da Espanha

Eu fui atrás de achar a galeria que representa a região de origem do meu bisavô paterno: Orense, na Galícia.


Achei a galeria da região do meu bisavô!

Depois de conhecer a praça, vale passear pelo parque Maria Luiza, uma parte dos jardins do Palácio de San Telmo que foi doada para a cidade no final do século XIX. São avenidas decoradas, tanques, lagos, pontes, jardins, edifícios históricos e muitas árvores que refrescam o clima sempre muito quente de Sevilha. Fica aqui no parque o Museu de Artes e Costumes Populares.


Nessa cidade de clima muito quente (viajei no início de setembro!) passear por entre as árvores é muito necessário.

Depois do parque se tiver disposição, é possível passear pelo bairro antigo de Santa Cruz, com suas várias lojas de artesanato, bares e restaurantes. Se o cansaço já estiver chegando, que tal fazer um passeio pelos centro histórico de "calesa" (charrete)? São várias nessa região do parque e como os pontos turísticos são próximos, é possível passar pela Torre do Ouro, que fica na margem do rio Guadalquivir e fazia parte da muralha da cidade, construída em 1221, e também pela catedral de Sevilha e pelo Alcazar, que vou visitar no segundo dia na cidade e contar com detalhes no próximo post.





Torre del Oro

As "calesas" de Sevilha

Para quem tem interesse, mais uma opção de passeio é conhecer a Plaza de Toros de La Maestranza, a mais velha e de maior tradição da Espanha. Eu já fiz a visita na primeira vez que estive em Sevilha.

O jantar para encerrar esse primeiro dia foi no bairro de Triana, na outra margem do rio, antigo (desde tempos romanos), animado, com uma concentração de bares e restaurantes, berço de cantores e dançarinos de flamenco, oleiros e artesãos.
Escolhi o restaurante Mariatrifulca (23, Puente Isabel II ou ponte de Triana), com um bar na primeiro andar e o restaurante no terraço. Fica em frente ao Mercado de Triana e bem próximo da ponte, o que faz com que tenha uma vista maravilhosa da cidade no por do sol.


Bar do Mariatrifulca

Sevilha vista do restaurante ao por do sol e a noite. Tem jeito melhor de encerrar esse post?



quinta-feira, 13 de junho de 2024

SEGUNDO DIA EM GRANADA: CONHECENDO ALHAMBRA

Conhecer o complexo palaciano e fortaleza de Alhambra, um patrimônio mundial da Humanidade pela UNESCO é o objetivo de todo turista que visita Granada. Sendo uma das relíquias islâmicas mais bem preservadas da Europa e atração mais visitada da Espanha, conhecê-la merece organização e preparação. 

Importante saber que o número de visitantes/dia é limitado e a entrada tem horário marcado. É mais seguro e evita filas e espera reservar o ingresso com antecedência. Pelo site é possível comprar de 90 dias a 2 horas de antecedência. Os ingressos custam a partir de 25 euros. A opção de visitar não só os palácios como também os jardins e o Generalife (explico depois) é uma ótima opção, mas vai demorar em torno de 4 horas. Se programe! Recomendo muito a visita guiada, para entender o contexto histórico e ficar atento a todos os detalhes dessa arquitetura singular (custa em torno de 195 reais). Existe uma opção de visita noturna. Dentro do complexo também está o Palácio de Carlos V, de arquitetura renascentista e reforçando a crença cristã do rei, que hoje abriga o Museu de Belas Artes e o Museu de Alhambra.

Alhambra significa "castelo vermelho" e foi construído para mostrar o poder da dinastia Nasrida e de forma que pudesse ser contemplado de qualquer lugar de Granada. É um complexo que une fortaleza e palácios. 

Um pouco da história: a fortaleza foi construída em 889 d.C., sobre os restos de uma fortificação romana. Em 1238, no reinado de Muhammad I foram construídos os palácios para residencia real. Por 200 anos o reino de Granada foi o último poder muçulmano na Península Ibérica e depois da construção de Alhambra entrou em seu período mais esplendoroso. Em 1492 houve a reconquista de Granada pelos reis católicos Fernando e Isabel, Alhambra se transformou em residência real, foram feitas reformas (que mantiveram muito do passado islâmico) e foi construído o Convento de São Francisco. Carlos V, neto dos reis católicos, construiu mais um palácio, esse já de arquitetura renascentista. Nos séculos XVIII e XIX o complexo ficou abandonado e quase foi destruído pelas tropas francesas de Napoleão.  Para nossa sorte, em 1870 passou para o estado, foi restaurado e declarado Monumento Nacional.

Me encaminhando para a entrada para iniciar a visita.
A VISITA:

Iniciamos atravessando a muralha próxima à Alcazaba, a parte mais antiga, a fortaleza. A muralha, sua espessura e portas são impressionantes. É possível ver a fundação das casas militares, dando uma ideia do tamanho e de como viviam. Possui várias torres, de onde se tem uma vista linda da cidade de Granada.

Porta de entrada

O tamanho impressiona

Interior da Alcazaba

Interior da Alcazaba

Torres de defesa

Vista da cidade

Granada ao fundo

Depois de passar pela Alcabaza, fomos através de áreas com jardins e fontes, conhecer os chamados palácios nasridas, que são 3:




1. PALÁCIO MEXUAR: o mais antigo, portanto em pior estado. Era usado para reuniões políticas e julgamentos. A sala principal tem azulejos e gelosias, criando um ambiente bonito e refrescante. Vale o parentesis para dizer que essa região da Andaluzia é muito quente então um ambiente refrescante é ouro!

detalhe dos azulejos e escrita

teto entalhado em madeira




A entrada tem duas portas, uma delas falsa para confundir inimigos


2. PALÁCIO DE COMARES: construído ao redor do pátio de Los Arrayanes e seu espelho d'água, é a construção mais importante por ser a residência oficial do sultão. Abriga o salão do trono, salões de festa e foi construído com os materiais mais nobres da época: mármore, madeira e cerâmica.



Pátio de Los Arrayanes



3. PALÁCIO DE LOS LEONES: onde o sultão abrigava seu harém e sua família.

os leões na fonte do pátio central que dá nome ao palácio




Além dos 3 palácios, a visita inclui (você pode fazer a visita sem essa parte) conhecer o Generalife, a residência de férias e seus jardins maravilhosos, e o Palácio de Carlos V.

Palácio de Carlos V ao fundo

Vista do Generalife

Ao fim da visita, hora do almoço! Fomos a um restaurante bem próximo do complexo de Alhambra, poderia ser um clássico "pega turista", mas tinha uma comida boa, o preço era OK e o atendimento ótimo! Recomendo.

RESTAURANTE JARDINES ALBERTO - Paseo de La Sabica, 2. Cozinha espanhola. Faixa de preços: R$86 a 173.

Para o restante do dia, pode-se conhecer a cidade de Granada propriamente dita, descansar, usar para compras e depois para finalizar visitar o bairro de Sacromente, onde vivem famílias de ascendencia cigana para visitar as "cuevas", moradias escavadas na montanha onde você pode assistir a um show de ZAMBRA GITANA (o flamenco de Granada) saboreando tapas e vinhos. Eu fiz esse passeio da primeira vez que estive em Granada. Dessa vez, rumei direto para o próximo destino - Sevilha.

Até lá!

terça-feira, 4 de junho de 2024

VIAJANDO PELA ANDALUZIA: 2 DIAS EM GRANADA

A Andaluzia é uma comunidade autônoma no sul da Espanha. É a região do país que mais tempo esteve sob domínio mouro, do século VIII ao XV, e esse tempo grande transformou permanentemente a cultura espanhola. A presença árabe aparece aqui de forma inequívoca na arquitetura, na culinária e nas manifestações culturais.

Para conhecer a região, e entender o que estou falando, tem que visitar Sevilha, Cordoba e Granada, as mais conhecidas e visitadas, mas também Cádiz, Ronda, Málaga, Jaen, Jerez. Tem cidade litorânea e no interior, muita comida, dança, arquitetura e história. 

Nessa viagem de 2022, não fiquei somente nessa região então escolhi revisitar Granada e Sevilha, antes de terminar a viagem em Madri. Nesse post vou contar como foi minha passagem por Granada. Foram 283 Km saindo de Cartagena, com uma parada para lanche numa cidadezinha simpática chamada Vélez-Rubio, com uma igreja maravilhosa - Igreja da Encarnação, que aproveitei para conhecer.

Pit-stop na tranquila Velez-Rubio

Igreja da Encarnação

Fiquei dois dias, o que é o mínimo para poder conhecer e aproveitar essa cidade. Se você não conhece nada por aqui (essa foi minha segunda vez), seria ideal ficar pelo menos mais um dia. Minha estadia foi  no Hotel Occidental Granada (Alhamar 46 48). Muito bom. Tranquilo de chegar a partir da estrada, tranquilo estacionar o carro. Bom atendimento, quarto bem confortável. Não é tão perto dos pontos turísticos, mas é bem tranquilo ir até eles. Quando você está viajando de carro, a prioridade da localização é um bom acesso, já que essas cidades históricas tem um centro com ruas estreitas de difícil movimentação. É preferível chegar tranquila com o carro e depois se locomover por outro meio de transporte para os passeios.

O maior ponto de atração para o turista em Granada é o complexo palaciano de Alhambra, um dos monumentos mais visitados da Espanha e Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO. Vale muito a pena conhecer esse que é um dos principais exemplos de arquitetura islâmica, mas é preciso programação: o número de visitantes/dia é limitado e o acesso só é permitido com hora marcada. Por isso, compre o ingresso com antecedência! Vai levar umas 4 h para que você conheça todas as partes do complexo e eu aconselho muito que você faça a visita com guia, pois tem muito história e muito detalhe pra apreciar. 

Por conta de todos esses pormenores, minha visita já estava programada para o dia seguinte pela manhã. Então esse meu primeiro dia em Granada foi para conhecer o bairro de Albaicín, que fica numa das 3 colinas de Granada. As outras são a colina de Alhambra e o Sacromonte.

Albaicín é um bairro autêntico, por manter as características do passado árabe: pátios, fontes, casas brancas, azulejos coloridos. Cheio de ruas estreitas, ladeiras, calçamento irregular, então vá com sapatos confortáveis. Além dessa beleza própria, que já nos levaria até lá, esse bairro é famoso por ficar de frente para Alhambra, tendo mirantes de onde é possível ter uma vista panorâmica, além de um por do sol maravilhoso. Deixe para visitá-lo na parte da tarde, para poder apreciar o que ele tem de melhor. 

Bairro de Albaicín com suas ruas estreitas e casas brancas.

Passeie pelas ruas, visite um carmen - casa de estilo árabe com pátio, fontes e jardins, e também a Igreja de San Nicolás. 

Pátio típico das casas do bairro
Mesmo da rua, sem precisar estar num "mirador" Alhambra já domina a vista

Por do sol chegando, hora de se posicionar melhor para apreciar


Ao lado da igreja está uma pracinha com feira de produtos de artesanato e o Mirador de San Nicolás, de onde se tem a vista panorâmica da cidade e de Alhambra. Sempre tem muita gente por ali, principalmente à tardinha e sempre tem muita animação e música, o que torna a experiência de visualizar Alhambra e ver o por do sol, muito especial.



De improviso, resolvemos dar um "upgrade" na nossa visita ao Albaicín, conseguindo lugar no El Balcon de San Nicolás para um drink. Em viagens a gente precisa de uma certa programação, mas o inesperado também tem seu lugar. Fiquei no bar durante o por do sol, tomando um Aperol e depois desci para o restaurante para jantar e finalizar o dia com a vista noturna, também muito bonita.

El Balcon de San Nicolás

Anoitecendo no Albaicín

Mais um brinde a um dia maravilhoso

Assim terminou mais um dia de viagem, foi bom demais! O próximo será para conhecer Alhambra e eu conto num outro post.