domingo, 26 de maio de 2024

PASSEANDO POR BERLIM - REGIÃO DO PORTÃO DE BRANDENBURGO


Depois da visita à Ilha dos Museus, embarquei novamente no ônibus do Berlin Sightseeing para continuar turistando. Já na próxima parada desci no ponto turístico mais conhecido da cidade, um símbolo da Alemanha, o Portão de Brandenburgo!


Antiga porta de entrada da cidade, inaugurada em 1791. tem 26 m de altura, estilo neoclássico, com 6 colunas dóricas. No alto uma quadriga de cobre representando a Deusa da Vitória. Sofreu durante a guerra, inclusive com a destruição da quadriga. Durante a guerra fria ficou fechado, pertencendo a uma "zona neutra" entre as Alemanhas Ocidental e Oriental. Foi restaurado entre 2000 e 2002. Em 2006 o tráfego foi fechado para carros. Interessante que a quadriga que tem no alto do portão teve sua frente mudada de direção no restauro. Ela "olhava" para a região de Brandenburgo, que deu o nome ao portão, e depois de restaurada "olha" para a cidade de Berlim, o que gerou muita reclamação. Controvérsias à parte, visitar o portão é obrigatório, e seu entorno tem muita coisa para ver.


Quadriga no alto do Portão de Brandenburgo, com os cavalos na direção oriental, oposta à original.

        
No entorno do portão fica a praça Paris (Pariser Platz). Lugar de muita tramitação de gente, pois é aqui o melhor angulo para fazer fotos do portão. Dá para ver pelas fotos a quantidade de turistas circulando por lá. 
Assim como o portão, a praça Paris tem muita história. Maior praça da cidade de Berlim, ganhou esse nome depois de 1914. Foi por ela que marcharam os soldados vitoriosos após a queda das tropas napoleônicas. Durante a Segunda Guerra Mundial os edifícios ao redor e a própria praça foram totalmente destruídos. Durante toda a fase depois da contrução do muro de Berlim continuou destruída, fazendo parte da zona morta em volta do Portão de Brandeburgo. Somente depois da reunificação foi recontruida e recuperou sua importancia para a cidade. 

Praça Paris (Pariser Platz)


Uma das avenidas mais importantes de Berlim liga a praça Paris à Schlossbrücke (ponte do castelo), lá na ilha dos Museus (contei sobre ela no post anterior - passeando pelo Mitte). São 1,5 Km com prédios importantes como a Catedral de Berlim, a Opera Estatal, o Museu Histórico, a Universidade Humboldt e o Hotel Adlon. Eu fui da Ilha dos Museus até o portão de Brandenburgo pelo ônibus turistico, passando pela avenida, sob as lindas tílias, mas é possível ir a pé, apreciando esses prédios que são maravilhosos.
Falando em Hotel Adlon, um luxuoso hotel 5 estrelas, onde se hospedam artistas, sheiks e VIPs, a primeira ideía é que não dá nem para entrar! Mas a verdade é que dá sim, o lobby é lindíssimo e dá para tomar um café ou um drink (até almoçar, viu) nas mesas externas, com uma vista privilegiada do Portão de Brandenburgo.

Tomando um Aperol Spritz (meu drink preferido), no bar do Hotel Adlon, num descanso do passeio

Do outro lado do portão fica um parque grande, o Tiergarten e o Reichstag, o parlamento alemão. 
O prédio do parlamento é bem bonito e tem uma cúpula de vidro linda. Prédio antigo, usado para outros fins durante a guerra e o pós guerra, já que ficava do lado ocidental e a sede política era Bonn, voltando a ter função de parlamento depois da reunificação da Alemanha. A cúpula de vidro foi a maior mudança realizada na reforma que terminou em 1998. É possível visitar a cúpula e ter uma visão do auditório, mas somente com agendamento prévio (e com bastante antecedência).  Adorei saber que o vidro nessa cúpula simboliza a transparência das ações, a fragilidade do poder e ao admitir visitantes, coloca o povo acima dos parlamentares.


Reichstag



O Tiergarten é um parque grande que possui inúmeros monumentos, esculturas, memoriais, jardins ornamentais e lagos. Era o campo de caça da realeza, foi sendo transformado em parque público, mas foi totalmente devastado na guerra e no pós-guerra: a madeira foi retirada para ser usada como lenha e a área foi usada para plantio de legumes! A partir de 1949 foi sendo reflorestado até se tornar novamente o pulmão verde de Berlim. 
Tive pouco tempo na cidade, então não usufrui muito do parque, mas usando o ônibus turístico para me locomover, passei por pontos importantes que valem ser destacados.
1. A Coluna da Vitória (Siegssäule): no centro do Tiergarten. Coluna formada de canos de armas em dourado e com a estátua da deusa da Vitoria no topo.
2. Casa das Culturas do Mundo: um centro de exposições
3. Palácio Bellevue: residência oficial do presidente da Alemanha.

A Casa das Culturas do Mundo e sua arquitetura diferente

Coluna da Vitória

Palácio Bellevue

Por último, ainda próximo ao Portão de Brandenburgo, está o Memorial dos Judeus Mortos na Europa ou também conhecido como Monumento do Holocausto. São 2711 blocos de concreto de diferentes tamanhos, dispostos numa grande área ao ar livre. No subterrâneo há uma exposição de documentos sobre o holocausto. Foi inaugurado em maio de 2005, nos 60 anos do fim da guerra.

            
Já perceberam que dá para passar um dia só nessa região, não é? Você pode se perder pelo parque, relaxar... Mas tem muita coisa para fazer nessa cidade vibrante!                  
            

quarta-feira, 22 de maio de 2024

AS SURPRESAS DE CONHECER CARTAGENA (REGIÃO DE MURCIA, ESPANHA)

Confesso que só conhecia a cidade de Cartagena na Colombia. Quando fui organizar minha viagem pelo sul da Espanha, partindo de Barcelona onde estava num congresso, indo até a Andaluzia, precisava de paradas estratégicas nesse trajeto. Uma dessa paradas foi em Valência, como já descrevi em outro post. A seguinte foi em Cartagena.

É uma cidade portuária e base naval da região de Múrcia. Foi fundada pelos cartagineses mais ou menos em 220 a.C., com o nome de Cartago Nova. Era um porto movimentado e importante na época dos romanos e foi justamente a possibilidade de ver evidências dessa civilização que me fez escolher ficar aqui.

O que você acha de conhecer um teatro romano bem no centro da cidade? Pois é, eu cheguei com a expectativa lá em cima. 

Cheguei à Cartagena de carro, vindo de Valência. São 270 Km. Fiquei hospedada por 1 noite no Hotel Los Habaneros (Calle de San Diego, 60). O hotel tinha uma localização boa, bem fácil de chegar de carro, e próximo do centro da cidade e suas atrações turísticas (dava para ir à pé), mas pela primeira vez me decepcionei com um hotel escolhido: instalações antigas e sem conforto; quarto escuro, pequeno, cama e banheiros ruins.

Quarto ruim, o jeito é sair logo para passear e conhecer a cidade.  E veio mais uma surpresa: estava na hora da siesta, muita coisa fechada por isso, mas também muitos prédios abandonados, dando uma sensação estranha. Só melhorou quando chegamos à Praça São Sebastião, já próximo à orla. Aqui sim os prédios lindos estão conservados e a avenida a beira-mar toda reformulada. 


Uma das fachadas do Palácio Consistorial na Plaza del Ajuntamiento

Calçadão para chegar à beira-mar

Estátua do "Marinero de Reemplazo" (marinheiro substituto) em homenagem aos soldados que vêm para Cartagena para o serviço militar na base naval




Deu tempo de visitar o Museu do Teatro Romano e fazer um citytour, que ajudaram a tirar a má impressão.

O citytour eu fiz naqueles ônibus de dois andares (Hop-on Hop-off). Custou 7 Euros e o passeio direto sem paradas dura cerca de 45 minutos. Passamos pela cidade antiga que além dos prédios lindos próximos à beira-mar, tem muralhas preservadas e restos arqueológicos na ocupação romana. Uma dessas ruínas é de um anfiteatro construído em na cidade romana de Cartago Nova, aproveitando um desnível do Cerro de La Concepcion. Tinha forma elíptica, abrigava entre 10 e 11 mil pessoas e sobre suas ruínas foi construída a Plaza de Toros de Cartagena. Passamos pelo prédio lindo do Museu Arqueológico Subaquático, próximo ao porto no chamado Passeio Marítimo e também pelo centro comercial (parte mais nova da cidade). Na parte final o ônibus nos leva para conhecer áreas de mirante para visualizar a baía, o farol, as baterias de proteção e as praias mais próximas da cidade. 







Por fim, fomos conhecer o teatro Romano, o real motivo da visita à cidade. É um teatro construído no final do século I a.C., época do Imperador Augusto, com capacidade para 6.000 pessoas. Ele foi descoberto por acaso, num espaço que por séculos teve usos diversos, sem nenhuma indicação de que houvesse algo soterrado. Foi um complexo comercial no século V, época bizantina; teve vários edifícios construídos na ocupação islâmica e foi um bairro populoso após a reconquista, inclusive com a construção da Igreja de Santa Maria. Atualmente o teatro está aberto para visitação, num complexo que inclui a igreja e um museu no edifício próximo, o Palácio Riquelme. A entrada desse "complexo" é pelo museu e custa 6 Euros.

Museu do Teatro Romano

Passagem para o teatro




O dia acabou comendo tapas e bebendo vinho num dos restaurantes da Praça Cavite.

No dia seguinte, já com as malas no carro, fizemos mais um tour pelas praias próximas antes de voltarmos para a estrada rumo à próxima parada: Granada!