domingo, 15 de novembro de 2015

Pequeno circuito Paris - Bruxelas - Luxemburgo - PARTE 1

Quando se tem pouco tempo para uma viagem, o planejamento é super importante. Ano passado por exemplo, com 6/7 dias apenas disponíveis, escolhi ficar num ponto só e conhecer tudo que fosse possível ali e ao redor. Fui ao Chile, fiquei hospedada em Santiago e alem de conhecer a cidade, fiz passeios de um dia para o Vale de Casablanca, Vale do Colchágua, Viña del Mar e Valparaíso. Contei tudo que vi nessa viagem em dois posts aqui no blog: Chile uma viagem para todos os gostos e Santiago - minha primeira visita ao Chile.
Uma outra opção seria escolher pontos de interesse próximos alcançáveis com um dia de viagem, e também pontos interessantes no meio do caminho, para alguma(s) parada(s) estratégicas(s). Nesse tipo de viagem o mais importante é a preparação. Em julho desse ano viajei para Paris (também já contei aqui no blog: O que ainda se pode dizer sobre Paris?). Com o tempo curto e querendo expandir para outros pontos, escolhi conhecer a Bélgica e como o retorno teria que ser Paris novamente, acrescentei Luxemburgo e fechei um pequeno circuito, que fiz em 6 dias e conto aqui.
Roteiro realizado marcado em azul através do Google Maps
Outro dado importante que tem que ser decidido antes: eu fiz esse roteiro de carro. Se você não quer dirigir e vai fazer uma viagem usando trem, por exemplo, talvez o roteiro tenha que ser outro.
A primeira parte do roteiro era sair de Paris e chegar em Bruxelas, que são aproximadamente 370 Km. Escolhemos fazer a parada estratégica no Castelo de Chantilly. Ele fica a 60 Km de Paris, acessado pela via A1 direção Calais. A viagem é linda e rápida e escolhi fazer essa parada com tão pouco tempo de viagem porque o Castelo é lindo e tem muita coisa para conhecer. A chegada já impressiona, pois próximo ao castelo atravessamos a floresta do Parc Naturel Régional Oise - Pays de France; linda!
Visão externa da chegada ao Château de Chantilly



Existe todo um complexo em torno do castelo, com parques e uma cavalariça muito grande e bonita que abriga o Museu do Cavalo.
Domaine de Chantilly - placa na entrada do castelo, mostrando o tamanho desse domínio, com parques, lago e cavalariça
Chantilly está preservado e montado, ao contrário dos castelos do vale do Loire. Tem um acervo de pinturas antigas excelente que pode ser visto no Museu Condé (uma das familias qe foram proprietárias do castelo), tem uma biblioteca linda, os parques são decorados de forma diferente, e dentro do complexo há dois restaurantes: o La Capitainerie, onde eram as cozinhas do castelo e o Aux Gôuters Campêtres no parque. Em ambos as sobremesas incluem o famoso creme chantily que diz a história foi criado pelo cozinheiro desse castelo François Vatel e levou o nome do lugar.
Quem não quiser almoçar nos restaurantes, mas quiser provar o famoso chantily (por favor não deixe de provar!) pode tomar um sorvete com a iguaria na parte externa, onde várias pessoas fazem pic nic.
Vários turistas, principalmente locais aproveitam as árvores do parque para fazer um delicioso e bucólico picnic




Sorvete com uma bola de chantily em cima - uma delícia!!!
Terminando a visita, de volta a estrada para o destino final - Bruxelas. Daqui até Bruxelas são aproximadamente 320 Km. Minha programação foi sair cedo de Paris para chegar logo em Chantilly, poder visitar tudo, almoçar e sair em seguida para Bruxelas, direto. Se voce achar essa segunda parte muito longa, organize uma segunda parada com pernoite mais próxima, e minha sugestão seria Lille na França (126 Km de Chantilly) ou Ghent já na Bélgica (200 Km de Chantilly), aproveitando a manhã seguinte para conhecer esse local e depois partir para Bruxelas. Essa duas cidades também são opções de parada no meio do caminho, caso não se queira parar em Chantilly.
Cheguei em Bruxelas no final da tarde, com uma pequena parada no caminho para um lanche. Os postos de gasolina das estradas são muito bons, com lanchonete, restaurante, lojas, principalmente na França. Como no verão escurece muito tarde, não é ruim chegar num lugar no final da tarde. Ainda dá para sair e conhecer muita coisa!
Fiquei hospedada no NOVOTEL Tour Noire, que fica na Rue de la Vierge Noire, 32. O hotel é grande, bem localizado, fica a 1 quadra do Boulevard Anspach, na altura do prédio da Bolsa de Bruxelas, que dá acesso às ruazinhas da parte mais velha da cidade e à sua maior atração, a Grand Place. O único ponto de atenção é que o Boulevard Anspach fica fechado para carros durante o mes de julho, o que muda o sentido de trânsito na rua do hotel. Complica um pouquinho a chegada para quem está de carro (GPS sem essa atualização); para quem vai de trem, ele é próximo da estação Midi. Para quem está de carro, tem um estacionamento bem em frente ao hotel.
Continuando com a avaliação do hotel, os quartos são grandes e confortáveis e o café da manhã é excelente! Já falei que valorizo muito esse ítem; adoro tomar café da manhã de hotel! Além de ficar próximo à Grand Place, o hotel fica muito perto da Igreja e praça de Santa Catarina (Place Saint-Catherine), local com muitos restaurantes (todas as opções de comida) e muito animada à noite.
Parte da praça Santa Catarina com seus restaurantes lado a lado


Parte da praça Santa Catarina com suas mesinhas na praça
Fiquei em Bruxelas 3 dias, sendo dois para conhecer a cidade e um dia para ir a Bruges. Voltei a essa cidade encantadora, sobre a qual já falei aqui no blog: Bruges uma surpresa anunciada. A impressão foi a mesma! A cidade continua linda, animada e com passeios a pé e de barco. Além de repetir o que havia feito na visita anterior, desta vez visitei o Historium onde além do museu interativo que conta a história da cidade, tem um bar no primeiro andar com uma varanda com vista privilegiada da praça central Markt.


Vista da praça principal de Bruges a partir do terraço do Historium


O passeio de barco é programa obrigatório!


Tomando um Aperol Spritz

Para descrever as atrações de Bruxelas, vou separá-las em grupos de acordo com a distância em relação ao meu hotel;


1. GRAND PLACE E ARREDORES

Região central e mais antiga de Bruxelas, bem próxima ao meu hotel. Todas as atrações dessa área podem ser alcançadas a pé. O ponto principal é a Grand Place, área do antigo mercado, rodeada de prédios lindos do século XVII. É aqui que ficam a prefeitura, a chamada Casa do Rei, que abriga o Museu de Bruxelas e vários outros prédios, que inicialmente eram guildas (um tipo de sindicato); cada prédio de uma profissão diferente. Normalmente há na fachada uma imagem que remete à profissão que se reunia nele; é uma diversão tentar achá-los e relacioná-los!
Prefeitura


Casa do Rei, atualmente o Museu de Bruxelas
Os prédios lindos que compõe essa tesouro da arquitetura que é a Grand Place





Além de ser o ponto turístico mais importante, também é o maior ponto de encontro de Bruxelas. É muito legal passar aqui a noite e ver vários grupos sentados no chão da praça, conversando e bebendo cerveja, belga obviamente.

Casa do Rei a noite - dificil dizer se ela é mais bonita de noite ou de dia


Grand Place a noite - um grande ponto de encontro!
Falando em cerveja, o Museu da Cerveja fica na Grand Place. Nos bares e restaurantes você pode degustar as infinitas opções de cervejas. Próximo à praça, fica o bar A La Morte Subite (Rue Montagne aux Herbes Potagères,7), um bom lugar para degustar.  
Maneira de tomar a cerveja na Bélgica - essa foi no Le Chaloupe D´Or, na Grand Place
Outra delícia belga, o chocolate, está muito presente por aqui. Além das lojas maiores e mais conhecidas, há várias pequenas lojas de chocolate artesanal, com sabores fantásticos e vitrines tentadoras.
As vitrines são sempre tentadoras!!


Essas são caixas com grandes barras de chocolate e vem com martelinho para ir quebrando e comendo, quebrando e comendo...
A dica é experimentar! Quantos quiser e puder! Eu adorei os sabores da Elisabeth - Rue au Beurre, 43. Espalhados pela região, outra gordice belga: o waffle ou goufre. Com calda de chocolate, com frutas, com chantily... As opções são infinitas. Dieta só na volta da viagem.
Outro símbolo de Bruxelas, o Manequinho (Maneken Pis), também está próximo à Grand Place. É uma pequenina fonte localizada na esquina da Rue de L´Etuve. Voce vai até lá, olha, fotografa e pode voltar. O bom é que existem bons lugares vendendo o groufre pelo caminho.
Estátua do Maneken Pis - pequenino mas famoso!
Na Rue de L´Ecuyer está a gallerie Saint Hubert, um prédio lindo que concentra lojas de luxo.
Galerie Saint Hubert


Arte de rua na Rue de L´Ecuyer
A maior concentração de restaurantes por metro quadrado está bem próxima da Grand Place, nas Rue de Bouchers e Petite Rue de Bouchers. Uma loucura! Ruas estreitas com restaurantes dos dois lados, funcionários quase te puxando para seus respectivos restaurantes e comidas de todos os tipos, predominando os frutos do mar.

2. PALÁCIO REAL E ARREDORES

Essa área é um pouco mais alta e mais "nova". São bairros mais elegantes e com um pouco menos de turistas. A partir da Grand Place, chega-se lá a partir do Mont des Arts uma colina com escadarias, um jardim muito bonito, ladeado pela Biblioteca Real da Bélgica e pelo Palácio do Congresso.
Escadaria do Mont des Arts com a Igreja Saint Jacques-sur-Coudenberg lá em cima


Vista da parte baixa da cidade a partir do Mont des Arts
Lá em cima, além do Palácio Real e seu parque, uma concentração de museus: Museu de Belas Artes, Museu Magritte, Museu de Instrumentos Musicais e outros menores além de muitas galerias. Nessa viagem eu visitei o museu de instrumentos musicais. Um prédio muito lindo e um museu bem completo e interessante.
No entorno dessas áreas, a Igreja gótica de St Michel et St Gudule, o Conservatório Real, o bairro do Grand Sablon e do Petit Sablon, com outra igreja gótica linda, a Igreja Notre Dame du Sablon e o lindíssimo jardim du petit Sablon de inspiração francesa e por fim o Palácio da Justiça com uma praça de onde se tem também uma linda vista da cidade baixa.
Descendo o Mont des Arts de volta para a região da Grand Place, vi o Carillon, um relógio com figuras que se movimentam, mas não se movimentaram para mim...
Carillon du Mont des Arts
Prepare-se para caminhar, mas vale a pena!

3. REGIÃO DO PARQUE DO CINQUENTENÁRIO
Em frances Parc du Cinquetenaire, em holandes Jubelpark, uma área verde linda, um pouco mais afastada do centro (lembrem que Bruxelas é uma cidade relativamente pequena), e que abriga um arco triunfal construído em 1905 para substituir outro encomendado em 1980 pelo rei Leopoldo II em comemoração aos 50 anos de independência da Bélgica.

Bem próximo do arco, está o Autoworld, um museu sobre carros, que tem exemplares desde os primeiro modelos Ford até carros ultramodernos, passando por exemplares usados nas guerras e uma enorme coleção de carros populares. Bem interessante!
Detalhe do Autoworld
Ainda dentro do parque estão o Museu Real de História e o Museu Real do Exercito e História Militar.
Bem próximo ao parque estão os prédios oficiais da União Européia.

4. ATOMIUM
Construído de forma temporária para a exposição mundial de 1958, tornou-se permanente e um símbolo da cidade de Bruxelas. Situado num parque verde lindo, fora da cidade, mas facilmente acessável de metrô ou por aqueles ônibus de dois andares de turismo que passam por aqui.
Vista externa do Atomium



Ele pode ser visitado por fora, é lindo de ver, ou pode ser visitado por dentro, mediante ingresso. Você pode passear pelos tubos e esferas, ter uma vista panorâmica da região e até comer num restaurante panorâmico.
Vista panorâmica a partir do Atomium


Bruxelas vista a partir do Atomium


Vendo o próprio Atomium de cima
Bem ao lado do Atomium, existe um complexo de entretenimento com um parque aquátido e a Mini Europa, um parque onde os prédios e monumentos mais bonitos e representativos da Europa estão aqui numa escala menor. Passeio interessante, principalmente se você está viajando com crianças.
Mini Europa vista a partir do Atomium


Passeio pela Mini Europa


Grans Place representada na Mini Europa com seu tapete de flores que é uma atração a mais na praça e ocorre no verão a cada dois anos


Veneza representada na Mini Europa
E depois disso tudo, foi num dia chuvoso que deixei Bruxelas em direção a Waterloo e Luzemburgo. Como esse post já está bem grande, a segunda parte desse roteiro vou descrever em separado. A visita a Waterloo também.

Um último detalhe: não esqueça de visitar, nem que seja só para olhar, uma loja de bordado em Bruxelas ou Bruges. É um trabalho manual lindíssimo, característico dessa região, e mesmo que não vá comprar, não deixe de apreciar. Eu adorei os trabalhos da Rubbrecht, na Grand Place,23. Se quiser ter uma idéa do que estou falando, visite www.enjoylace.com.

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