Visitei o Chile em outubro de 2014 com o firme propósito de visitar vinícolas, entender mais sobre o plantio e processo de vinificação e principalmente degustar os vinhos chilenos.
Como estava viajando sozinha, tive uma super ajuda de uma agencia de turismo. A Sousas Tour foi fantástica! Eles me deram todo o suporte, e foram essenciais para organizar os passeios e agendar as visitas. Quem for ao Chile pode contar com eles para translados, passeios e city tour. Os guias são especializados para turismo de brasileiros - https://www.facebook.com/SousasTourOperator
Existem várias regiões vinícolas próximas a Santiago - vale do Maipo, vale de Casablanca, vale de Colchágua.
http://alemdovinho.com/tag/vinhos-do-chile/
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A maioria não é muito grande, são chamadas "vinícolas boutique", pequenas, visando a qualidade do processo de vinificação.
Todas tem visitas aos vinhedos e/ou vinícolas, mas sempre é necessário agendamento. A maioria tem também outras atrações para o turista: bistrô, restaurante, teleférico...Para visitas às vinícolas do vale de Colchágua e de Casablanca, principalmente para o primeiro pela distância, o ideal é reservar o dia todo, e visitar mais de uma vinícola/dia.
Na época em que visitei esses vinhedos, as parreiras estavam com as folhas bem verdes e com os cachinhos de uva minúsculos! A época ideal para ver as uvas e a colheita é a partir de março.
VALE DE MAIPO
Onde estão os vinhedos mais antigos e mais tradicionais. Também é a região mais próxima a Santiago. A maioria das vinícolas aqui pode ser visitada em meio período, manhã ou tarde. Normalmente as visitas tem hora marcada (isso vale para TODAS as vinícolas!): as 10h da manhã e as 15h da tarde.
VINÍCOLA UNDURRAGA - www.undurraga.cl
Bem próxima a Santiago (50 Km), seu fundador Francisco Undurraga, foi um dos pioneiros da viticultura no Chile. Ela está instalada num casarão lindo, estilo colonial espanhol, com um jardim incrível.
Viña Undurraga |
O interessante foi um "jardim" com os vários tipos de uva para vermos as diferenças. Se identifica a variedade da uva pelo cacho mas também pela folha e tamanho da parreira.
A visita do local de produção e estocagem do vinho foi bem legal. Acho que foi a melhor explicação sobre o processo de vinificação.
A vinícola possui ainda um mini museu sobe a cultura mapuche (indígenas que viviam na região).
A degustação é feita numa varanda, com vista para o pátio, o que torna a experiência ainda mais agradável. Foi a única degustação que fiz que incluiu um vinho late harvest (colheita tardia), aquele mais doce para harmonizar com sobremesas.
Dá para fazer esse passeio numa manhã.
Tim-tim! |
VINÍCOLA CONCHA Y TORO - www.conchaytoro.com
Fica a mais ou menos 35 minutos de Santiago. É a maior, a que iniciou o esquema de visitação para o público. É a grande responsável por tornar os vinhos chilenos conhecidos internacionalmente. O ônus da fama é que as visitas sempre tem muita gente e são mais rápidas.
De qualquer maneira, o lugar é lindo, tem uma loja bem legal e o ponto alto da visita é saber o porquê do nome Casillero del Diablo. Só não posso contar para não estragar a surpresa!
COUSIÑO MACUL: uma vinha histórica que fica a 20 minutos de taxi de Las Condes. É a mais antiga.
SANTA CAROLINA: que tem os vinhos mais conhecidos no Brasil.
ALMAVIVA: uma parceria da Concha y Toro com vinhos premiados.
DE MARTINO: onde o tour engloba uma experiência de fazer seu próprio vinho. Já provei vários vinhos deles aqui no Brasil e são todos caprichados.
Não dá para citar todas. Existem inúmeras!
VALE DE COLCHÁGUA
De todas, essa é a região mais afastada de Santiago. É uma região linda, as vinícolas são ótimas, mas o passeio de um dia (ida e volta para Santiago no mesmo dia), é cansativo pelo tempo de deslocamento.
Existem opções de estadia no próprio vale, na cidade de Santa Cruz ou nas vinícolas, como na Lapostolle.
Chegando ao vale de Colchágua |
A viagem dura mais ou menos 2 horas. São 178 Km até o vale do Apalta (parte da região de Colchágua), onde está a VINÍCOLA MONTES (www.monteswines.com). A primeira visão já nos conquista: além da extensão dos vinhedos, o prédio da vinícola é um charme! Observei que esse apuro com a arquitetura é um ponto comum a todas as vinícolas que visitei independente do estilo.
Viña Montes |
A visita começa com passeio pelos vinhedos. Aqui foi onde eu realmente passei por entre as parreiras, pois estava num carro aberto, subindo a colina até um mirante - onde é possível fazer almoços e degustação. A vinícola tem também uma reserva de mata nativa. Lá de cima é possível apreciar o vale e entender melhor à estrutura da vinícola.
As rosas (como na foto de baixo à esquerda) são tradicionalíssimas em vinhedos. Diz a lenda que elas servem como alerta de pragas. |
Retornando, vem a segunda parte do passeio, com visita à fábrica e adega, e o gran finale com a degustação no salão envidraçado no segundo andar, com uma vista linda dos vinhedos. Show!
Como todo o vale do Colchágua a especialidade aqui são os vinhos tintos. Provar na Montes o Outlander e o Purple Angel foi muito bom!
A visita termina por volta de meio-dia, e se tem um tempo livre para almoço e deslocamento até a próxima vinícola onde o tour começa por volta de 15h.
Como na Montes há um bistrô que serve refeições, você pode optar por comer aqui, na varanda, prolongando a apreciação desses vinhedos.
Outra opção é seguir até a cidade de Santa Cruz e almoçar por lá. Há um hotel na cidade, bem na praça (pode inclusive ser uma opção de estadia), com um restaurante muito bom de comida tradicional chilena.
A segunda visita do dia foi à VINÍCOLA SANTA CRUZ (www.vinasantacruz.cl).
Um pouco maior, mais antiga e tradicional. Nessa vinícola não há um tour pelos vinhedos - são extensos! Eles mostram o processo de vinificação e a degustação é feita na adega. Para uma degustação a tarde, nessa época de muito calor, foi uma opção excelente!
O diferencial dessa vinícola é ter um teleférico que além de proporcionar uma vista linda da região, te leva a um mini museu a céu aberto, com reproduções do modo de vida das tribos indígenas que formam a base do povo chileno: mapuche, rapa-nui e aymara.
Além dessas duas vinícolas, nessa região existem outras que podem e valem a pena ser visitadas.
Um pouco maior, mais antiga e tradicional. Nessa vinícola não há um tour pelos vinhedos - são extensos! Eles mostram o processo de vinificação e a degustação é feita na adega. Para uma degustação a tarde, nessa época de muito calor, foi uma opção excelente!
O diferencial dessa vinícola é ter um teleférico que além de proporcionar uma vista linda da região, te leva a um mini museu a céu aberto, com reproduções do modo de vida das tribos indígenas que formam a base do povo chileno: mapuche, rapa-nui e aymara.
VIU MANENT: tradicional, dizem ter a possibilidade de conhecer os vinhedos de charrete, um passeio muito agradável.
LAPOSTOLLE: essa vinícola também tem uma pousada, com poucos quartos. Para os hóspedes também tem jantar harmonizado. Além de ser uma experiência incrível, pode ser uma ótima opção, para não fazer esse passeio indo e voltando de Santiago num mesmo dia.
A volta para Santiago é longa e a chegada coincide com o horário do "rush" então prepare-se para uma viagem cansativa!
VALE DE CASABLANCA
Vale situado próximo a Santiago (70 Km), no caminho para Viña del Mar, com terroir propício ao cultivo de uvas para produção de vinho branco.
A viagem até o vale é tranquila, estrada boa, paisagem linda.
A primeira vinícola que visitei no vale foi a EMILIANA (www.emiliana.cl). Linda! A sede é muito bonita e os vinhedos são uma graça.
Nesse local a EMILIANA não tem produção de vinho nem estocagem. Aqui ficam os vinhedos e a degustação. Esse detalhe não faz a menor falta, pois o ponto alto é a visita aos vinhedos e o entendimento de todo o processo de plantio de uvas de forma orgânica. Os guias são entusiastas e explicam tudo detalhadamente. Os vinhedos são lindos (já repeti essa palavra várias vezes!).
As vinhas se alternam com canteiros de flores, há canteiros de ervas aromáticas, há oliveiras circundando os vinhedos ( a Emiliana também produz azeite), além de apicultura, com a produção de um mel delicioso. Comprei e já experimentei. As flores ajudam a atrair as abelhas e joaninhas que atuam no controle de pragas. Essa função é exercida também por galinhas e galinhas d'angola que ciscam livres pelos vinhedos (com exceção da época em que já há frutos).
As vinhas se alternam com canteiros de flores, há canteiros de ervas aromáticas, há oliveiras circundando os vinhedos ( a Emiliana também produz azeite), além de apicultura, com a produção de um mel delicioso. Comprei e já experimentei. As flores ajudam a atrair as abelhas e joaninhas que atuam no controle de pragas. Essa função é exercida também por galinhas e galinhas d'angola que ciscam livres pelos vinhedos (com exceção da época em que já há frutos).
O bar para degustação tem vista para os vinhedos. Foi uma manhã maravilhosa!
Ia me esquecendo: podemos conhecer a alpaca, prima da llama, que tem a função de produzir esterco natural para os vinhedos.
Depois dessa manhã incrível, parti para a próxima vinícola, a CASAS DEL BOSQUE (www.casasdelbosque.cl). Fui direto, porque a maior atração dessa vinícola é o restaurante Tanino ( de novo a recomendação de fazer reserva). É uma vinícola bonita, com bons vinhos, mas com tour e degustação rápidos (mesmo a premium), feitos após um almoço harmonizado excelente!
Vinicola Casas del Bosque. Esse grandes ventiladores que parecem com geradores de energia eólica na verdade espalham ar quente na época de geadas. |
Tanino - restaurante da Vinicola Casas del Bosque |
CASA MARIN: com um terroir único, distante somente 5 Km do mar, com vinhos muito elaborados. Única vinícola com proprietariA.
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