sábado, 27 de setembro de 2014

Amsterdã - uma cidade incrível!

Se tivesse que escolher minhas cidades preferidas da Europa, Amsterdã estaria entre elas. Quem me conhece sabe do meu amor por Paris e Viena, cidades que ainda vão fazer parte aqui do blog, mas Amsterdã ocupa um lugar especial. A cidade é linda e diferente de tudo o que voce já viu. Além disso, o povo é bonito, simpático e tem um estilo de vida único.
A cidade existe desde 1275, às margens do rio Amstel e viveu seu auge no século 17 devido ao intenso comércio do seu porto, que a transformou numa das mais ricas cidades do mundo. Foi nessa época que os canais maiores semi-circulares foram construídos dando a Amsterdã a forma que tem até hoje.
Vista aérea de Amsterdã - wikipedia
Como toda cidade grande e capital, viajar para lá é fantástico, mas exige certa programação. O primeiro ponto que exige atenção é a escolha do hotel; como a maioria das cidades da Europa, os hotéis que ficam próximos ao centro histórico são pequenos, a maioria das vezes em prédios antigos e adaptados. Os hotéis maiores mais modernos ficam um pouco mais longe. Também como na maioria das cidades européias, o sistema de transporte público é ótimo e aqui em Amsterdã nada é tão longe assim. Então, a escolha do hotel deve levar em conta suas preferencias pessoais. Os locais mais interessantes para voce procurar por hotéis além do centro histórico, seriam o bairro Jordaan e próximo ao Vondelpark. Eu escolhi um hotel no centro histórico, mas num local diferente; o IBIS CENTRE STOPERA (cuidado há vários Ibis com nomes diferentes) que fica na Valkenburgerstraat, 68. O quarto é confortável, tem cafeteria e restaurante, fica próximo à estação de metro Waterlooplein, tem um supermercado (Albert Heijn) na esquina, e o mais importante: você anda por todo o centro histórico a pé! E com isso, vem a segunda dica: sapatos confortáveis! Você vai andar muuuito. Outra dica importante: a cidade tem muitos turistas praticamente o ano todo e muitas das atrações turísticas tem fila! Estive lá em agosto de 2013 e a fila para entrar no museu Anne Frank estava demorando mais ou menos duas horas! Então, pesquise na internet o que tem a fazer lá e o que voce quer ver; existem vários blogs que dão dicas preciosas. O blog www.ducsamsterdam.net, de um brasileiro que mora lá ajuda bastante. Tem também um portal oficial de Amsterdã, o I AMSTERDAM onde voce pode não só ver tudo que tem pra fazer como comprar o I Amsterdam card que dá direito a transporte púclico, um passeio pelos canais e entrada em alguns museus. Voce pode comprar para usar 24h, 48h ou 72h. Para o museu Anne Frank, no site do museu voce pode ainda agendar a sua visita (dia e hora!).
Com esses preparativos feitos, é só viajar e usufruir dessa cidade linda! Ah! Uma última recomendação: nunca, de jeito algum, vá à Amsterdã sem máquina fotográfica ou sem o celular sempre com muita bateria; caso contrário, voce vai se arrepender muito!
Chegando ao aeroporto, são 20 minutos até o centro da cidade. tem uma estação de trem no proprio aeroporto. É um aeroporto moderno e fácil. O que me assusta nele é saber que foi construído 4m abaixo do nível do mar.
Reserve pelo menos 4 dias para ficar por aqui; acho que é suficiente para conhecer e entender Amsterdã.
Para conhecer a cidade, o melhor é ...... andar!
Escolhi descrever a cidade em vários mini roteiros que fiz, assinalando o que se pode apreciar em cada um. A maioria desses roteiros se interliga, e não há uma ordem específica para seguir.
ROTEIRO 1
ROTEIRO 1 - 1.Casa de Rembrandt (Jodenbreestraat); 2.Sint Antoniesluis; 3.Waterloomarkt (mercado de pulgas); 4.Sint Antoniensbreestraat; 5.Nieuwmarkt (mercado novo); 6.Kloveniersburgwal. www.amsterdam.info/map
Saí do hotel em direção à Waterlooplein, virando à direita na Jodenbreestraat. Logo na esquina voce já entra em contato com uma das maiores características de Amsterdã: as bicicletas! São muitas e estão por toda parte. Tem quase o mesmo número de bicicletas e habitantes! Nessa rua fica a casa de Rembrandt (1), transformada em museu. Eu prefiro ir ao Rijksmuseum para ver os quadros, mas é possível visitar a casa. Logo mais adiante na esquina está o primeiro canal para apreciar e fotografar (2)! Lindo! Nessa esquina tem também a Rembrandt Corner, uma lanchonete com um hamburguer muito bom. Virando a esquerda, na beira do canal, está o mercado de pulgas de Waterlooplein (3). Voltando, seguimos a Sint Antonienbreestraat (4). É a rua mais diferente desse centro velho. Toda essa parte do trajeto era a região judaica de Amsterdã, abandonada durante a Segunda Guerra totalmente em ruinas, e que foi recontruída com um design mais moderno. Hoje é basicamente comercial e vai nos levar ao Nieuwmarkt (5) ou mercado novo. Nessa praça está o Waag um prédio que já foi o portão da muralha da cidade medieval, uma casa de pesagem de produtos s serem transportados pelos barcos e atualmente é um restaurante - Cafe in de Waag. Por falar em café, existem mais de 20 cafés e coffee shops nas imediações. É um ponto bem agitado, cheio de gente e é bem legal sentar e tomar uma cerveja por aqui. Mas atenção que em Amsterdã coffee shop significa um bar onde o uso e a venda de pequenas quantidades de marijuana é permitida. Depois dessa parada, passeie pelas margens do Kloveniersburgwal até Hoogstraat (6). Desse ponto voce pode prosseguir até a praça Dam ou ir conhecer o Red Light District.
Jodenbreestraat - e as bicicletas começam a fazer parte da paisagem!
Jodenbreestraat
Sint Antoniesluis


Sint Antoniesluis
Nieuwemarkt



Kloveniersburgwal
ROTEIRO 2
Roteiro 2 - Red Light District; Oude Kerk (1); Oudezijds Voorburgwal (2); Oudezijds Achterburgwal (3). www.amsterdam.info/map




O Red Light District (De Wallen) compreende a região entre a Estação Central e o Nieuwmarkt. O que atrai muitos turistas a essa parte da cidade é a possibilidade de ver como funciona a prostituição numa cidade onde ela é legalizada. São ruas estreitas com casinhas com uma porta e uma vitrine onde as mulheres se exibem. Coisas que só em Amsterdã mesmo! Nessa mesma região também está a Oude Kerk (1), uma igreja com 800 anos, o prédio mais antigo de Amsterdã. Os canais nessa parte, Oudezidjs Voorburgwal (2) e Oudezidjs Achterburgwal (3) são lindos de morrer!
Oudekerk

Oudezijds Voorburgwal


Oudezidjs Achterburgwal


ROTEIRO 3
Roteiro 3 - NEMO (1); Museu Maritimo Nacional (2); Prins Hendrikkade (3); Oudeschans e Montelbaanstoren (4) e Estação Central (5). www.amsterdam.info/map
Saindo do hotel andando para a direita pela Valkenburgerstraat chega-se a região das docas. Imediatamente se avista o NEMO (1), o Museu de Ciencia e Tecnologia, que tem a forma de um barco. mais para a direita está o Museu Maritimo Nacional (2) que entre outras atrações tem uma réplica de um navio de 1749 - East Indiannan Amsterdam. A relação dos holandeses com o mar é sempre muito presente! Para quem não quer conhecer esses museus por dentro, uma opção para vê-los mais de perto é o passeio de barco (vou falar sobre isso mais adiante).
Continuei a esquerda pela Prins Hendrikkade (3) até um canal grande, Oudeschans, lindo! Acho que estou ficando repetitiva! Na margem desse canal se vê a Montelbaanstoren (4), uma torre construída com o propósito de defender a cidade nos séculos 16 e 17.  Seguindo pela mesma avenida chega-se à Estação Central. Ponto de chegada e partida, ponto de encontro... Além da estação de trem, aqui estão piers para passeios de barco, pontos de metro e trams, além de uma concentração incrível de bicicletas!
Aqui na estação Central, voce pode optar por descer até a praça Dam, ou fazer um passeio de barco ou mesmo um citytour naqueles onibus de dois andares, o que para conhecer essa cidade não é absolutamente necessário.
NEMO

Museu Marítimo Nacional

Prins Henrikkade



Oudeschans com Montelbaanstoren
Estação Central

ROTEIRO 4
Roteiro 4:Tours & Tickets (1); Beurs van Berlage (2); praça Dam (3); Kalverstraat (4); mercado de Flores flutuante (5). Em verde pontos para passeios de barco. www.amsterdam.info/map
Existe uma ligação direta entre a Estação Central e a praça Dam: a Damrak. É uma rua grande, movimentada, meio diferente das ruas de Amsterdã. Lotada de gente! Logo no início está a Tours & Tickets (1) local para comprar ingressos para passeios e museus, citytour e boat tour. Também nesse início, marcado em verde no mapa, estão pontos para iniciar o tour de barco.
Caminhando em direção à praça, a direita tem o Beurs van Berlage (2), antigo prédio alfandegário, hoje um prédio público, com sala de concertos e exposições.
Chegando a praça Dam, para qualquer lado que voce olhe tem o que assinalar. Dominando tudo, o Palácio Real Holandes. Como esse é o centro político da cidade, não é incomum presenciar manifestações populares aqui; esse foi o meu caso. Ao lado está a Nieuwkerk e no lado oposto o monumento dedicado às vitimas da Segunda Guerra Mundial. Esse monumento é um ponto de parada dos turistas para descanso e também para apreciar o passa-passa de gente na praça. Aqui está o Museu Madame Tussaud (será que vale a pena ver museu de cera aqui?), o "shopping"de luxo Bijenkorf e uma loja de souveniers enorme, mas que atrai os olhares pelo tamanco holandes gigante na porta, pronto para ser incluído nas suas fotos "micos de viagem".
As ruas ao redor da praça tem muito comercio; a Damstraat que se liga com a Sint Antonienbreestraat que eu já citei no roteiro 1. A Kavelstraat e a Rokin também tem muito comércio e hotéis. Essa pode ser uma boa localização para se hospedar.
Da praça Dam pode-se caminhar até o canal Singel e visitar o Mercado de Flores Flutuante. Essa visita faz parte do turismo básico de Amsterdã, mas não espere nada de excepcional e atenção: não compre bulbos de tulipa para plantar aqui no Brasil; não dá certo!!
Damtrak

praça Dam


Mercado de Flores
ROTEIRO 5
Roteiro 5 -  Mozes en Aäronkerk (Igreja de Moises e Arão) (1); Sinagoga Portuguesa e Museu da História Judaica (2); Amstel (3); Rembrandtplein (4); Kloveniersburgwal (5); Raamgracht (6). www.amsterdam.info/map
Descendo em direção a Waterlooplein e o rio Amstel, vemos à direita a Igreja de Moisés e Arão, inicialmente uma igreja católica clandestina numa parte da cidade onde vivia a comunidade judaica. Hoje não funciona mais como igreja.
Do outro lado, o prédio da Sinagoga Portuguesa e do Museu Judaico.
Um pouco mais baixo, o rio Amstel, que dá nome à cidade, se mostra amplo, com suas pontes. Dá para ver ao longe a Magere Brug, estreita e que tem que ser aberta para a passagem dos barcos. Olhando do outro lado, se  vê a Opera (Stopera).
Atravessei a ponte e fui em direção à Amstelstraat para conhecer a Rembrandtplein - maior praça do centro de Amsterdã. Originalmente um mercado de laticínios, hoje é um movimentado centro de entretenimento com bares, restaurantes e casas noturnas. Como o nome diz, a estátua do pintor está no centro da praça, cercada por várias esculturas de personagens pintados por Rembrandt. A praça tem um gramado grande, onde as pessoas podem sentar para descansar, comer e até fumar um cigarro suspeito... Há muitos bares e restaurantes aqui. É um dos pontos de Amsterdã ótimos para ir à noite. Comer em Amsterdã é um capítulo complicado. Não espere aqui nada muito bom. Uma cidade onde a comida "típica" é um cone de batata frita com muita maionese, o que esperar? Outra coisa irritante é o horário de funcionamento das cozinhas que nem sempre combinam com os nossos. Aqui na praça voce consegue mais opções e horários mais flexíveis.
Saindo da praça pela Halvemaansteeg voltamos às margens do Amstel, de onde vemos vários canais e também o prédio da Opera.
Para finalizar o passeio (se for fim de tarde melhor ainda), atravessei de novo o rio e andei por esses canais lindos (repetitiva outra vez!). Andar, apreciar, fotografar, guardar na memória e no computador obviamente!

Rio Amstel e Stopera

Rembrandtplein





Vendo tantas bicicletas, dá vontade de andar de bicicleta também. O problema é que o trânsito delas aqui é frenético e sem conhecer bem a cidade e as regras de trânsito, deu medo. A opção foi um táxi bicicleta! As bicicletas são adaptadas com um bando de dois lugares no carona. Pode-se usar como táxi ou combinar um preço e fazer um citytour. O ponto de parada dessas bicicletas é a praça Dam. Os condutores são jovens, universitários de outros países que estudam na Holanda ou estão em Amsterdã a procura de trabalho. Valeu a pena fazer um citytour dessa maneira. Além de revisitar vários pontos que já tinha conhecido andando, descobri várias curiosidades e diferenças da arquitetura, como a casa mais estreita, como as casas parecem por vezes tortas devido a maneira como foram construídas, os prédios abandonados que foram reformados, grafitados e cedidos pela prefeitura para sem-teto, além da delícia que foi andar de bicicleta a toda velocidade. Valeu a pena!
A outra maneira de conhecer a cidade que não deve faltar na sua viagem é o passeio de barco! Há várias empresas que oferecem vários tipos de passeios, de dia e também de noite (eu fiz os dois e acho que de dia foi melhor). Eu fiz o passeio pela Lovers Company. Os barcos saem da Estação Central a cada 30 minutos, das 10h as 18:30h e passam pelas docas, canais maiores, rio Amstel e canais semicirculares. O passeio dura aproximadamente 75 minutos. Além de apreciar Amsterdã de um angulo bem interessante, a gente vê de pertinho as famosas casas barco.


Casas barco

Quem conseguiu chegar até aqui na leitura deve estar estranhando eu não ter falado em museus até agora. Deixei para o final. Amsterdã tem vários e excelentes museus. Esse último roteiro dos museus começa de barco. Há uma linha especial, a Museum Line, que tem paradas nos vários museus da cidade.
roteiros de passeos de barco. A Museum Line é a vermelha. Lovers Company
A primeira parada é no Museu Anne Frank. Ele fica na casa onde essa adolescente judia ficou escondida por dois anos durante a Segunda Guerra Mundial; é um museu sobre o Holocausto e também inclui uma visita à parte do sótão onde ela ficou. Se voce, como eu, leu "O Diário de Anne Frank", é um passeio imperdível, embora meio opressivo. Só lembrar como eu disse no início desse post que as filas são enormes se voce não se programar.
Outra parada é na Museumplein (praça dos museus), onde estão o Rijksmuseum, recém reaberto depois de uma restauração, o Stedelijk e o museu van Gogh. Aqui nessa praça está o I AMSTERDAM em letras grandes, onde todo mundo quer uma foto. Difícil é conseguir uma foto sem um monte de gente junto!
O museu Van Gogh é o meu preferido.


Próximo à praça, beirando o canal na Stadthouderskade, 78, fica a antiga fábrica da Heineken, onde hoje se faz um tour interativo e degustação de cerveja, a Heineken Experience.
Mais uma parada: Leidseplein, uma praça com bares e restaurantes, um lugar bem animado e boa opção para vir a noite. Aqui perto está o Vondelpark, um parque público, frequentado por turistas e locais, que serve de "pit stop" durante o passeio. Da Leideplein dá para voltar para o centro pela Leidsestraat, uma rua de comércio, chegando ao Mercado de Flores, ou continuar com o barco que tem paradas no Hermitage, Stopera e NEMO.

PARA COMER: Rembrandtplein, Leidseplein. A rede de lanchonetes FEBO é famosa pelos croquetes. A maior atração são as lojas automatizadas.
PARA SAIR A NOITE: Rembrandtplein e Leideseplein. Na cidade há vários shows e baladas; procure se informar do que está acontecendo na época que for.

E assim me despeço dessa cidade incrível que é Amsterdã, com a sensação de que certamente voltarei.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Queijos, tamancos e porcelana: uma viagem pelo interior da Holanda

Acho que viajar pelo interior, sair das grandes cidades, é uma maneira de conhecer a essência de um país. 
O que vem imediatamente à sua cabeça quando pensa em Holanda? Alguém disse moinhos, tamancos ou vaquinhas holandesas? Pois é... É passeando pelo interior que voce vai ver um pouco disso tudo!
A Holanda é um país pequeno. Isso facilita a vida do turista, pois os deslocamentos são curtos. Então, com algum planejamento, é possível conhecer bastante do interior do país.
Fiz um passeio assim da última vez que estive em Amsterdã, em agosto de 2013. 
Comecei o dia indo a Volendam. A cidade fica a uns 20 minutos de carro de Amsterdã pela N247 e N517. Voce pode ir também de ônibus ou de trem, em ambos os casos a viagem começa na Estação Central. 
Logo que voce sai da cidade, a paisagem muda drasticamente e rapidamente. Um clima bucólico cerca o carro. Passando pelas janelas estão animais em pastos verdes.

Próximo a Volendam a paisagem náutica começa a predominar
Logo se chega a Volendam, uma cidade com cerca de 20 mil habitantes, a beira do lago Ijselmeer, o maior lago da Europa Ocidental, formado pela construção de um dique no ano de 1932. É uma cidadezinha linda! Dizem que aqui tem o melhor peixe da Holanda. Eu confesso que comer enguia defumada não é bem minha praia, então não posso acrescentar minha opinião nesse comentário.
Passei por ruas pequenas, canais e cheguei à beira do lago, onde a cidade mostra seu lado mais interessante.  Casinhas lindas, várias lojas onde se pode tirar fotos com trajes típicos holandeses que fazem a alegria dos turistas.




Além de passear pela cidade, visitei uma fábrica de queijos, a Cheese Factory Volendam (Haven, 25 - www.cheesefactoryvolendam.com). Junto com a fábrica há um mini museu, degustação de queijos e loja. Eles fazem uma demonstração de como se faz o queijo gouda de uma forma muito divertida, mas a loja, seus queijos e acessórios: plainas, facas, panelas, é muito interessante também. Se tiver pouco tempo, prefira passear pela loja participando das degustações. São muitas variações de sabores... Equivale a um lanche! Além disso, principalmente para nós mulheres, é possível se perder numa variedade de plainas para cortar queijo de muitas maneiras, facas, queijeiras, panelas de fondue, uma loucura! Se você não quiser visitar a fábrica, pode ficar passeando pela beira-mar, comendo peixe, tirando fotos.


Aqui de Volendam sai um ferry-boat para a cidade de Marken. A viagem dura 25 minutos e os barcos saem a cada 30 a 45 min (www.tickets.holland.com).

Marken originalmente era uma ilha de pescadores, mas depois da construção do dique se tornou uma península e a atividade pesqueira quase acabou; mas a " ilha" manteve seu aspecto e costumes tradicionais. Não é incomum encontrar pelas ruazinhas e pontes de madeira, pessoas andando com seus tamancos, para nós tão simbólicos da Holanda. Eles existem há tempos para proteger os pés dos alagamentos e inundações tão freqüentes na época anterior aos diques e são até hoje usados com meias grossas pelo conforto. Sim, são confortáveis! 

Em Marken você entende como os holandeses lidam com a questão das inundações, de estar abaixo do nível do mar e ainda pode ver como eles fazem os tamancos! Eu sou curiosa e adoro esses passeios onde entendo os "como" e "por quês" então, adorei conhecer como se fazem os tamancos.

Tinha que experimentar, né?
Voltando a Volendam, você pode almoçar a beira-mar e seguir viagem para conhecer um outro símbolo da Holanda - os moinhos de vento em Zaanse Schans. Em 20 min pela rodovia A7 voce chega à região de Zaanse, região rural, com muitos moinhos que foram sendo aos poucos substituidos por outras fontes geradoras de energia até que em 1961, quando apenas treze moinhos resistiam, essa região foi transformada num museu a céu aberto. Os moinhos e casas rurais foram preservados e outros edifícios foram trazidos e remontados aqui a fim de manter a memória da Holanda rural.
Folheto com tudo que é possível ver em Zaanse Schans!


Nesses edifícios históricos estão instalados artesãos, sendo possível ver um pouco de tudo que representa o país: queijo (como em Volendam), tamancos (como em Marken) e também porcelana (como em Delft). Existem museus - do relógio, Albert Heijn (uma rede de supermercados; o museu mostra o início da história), um mini dique para que voce entenda seu funcionamento, alguns moinhos podem ser visitados por dentro,e toda uma estrutura de apoio ao turista, com lanchonete, restaurante, lojas, banheiros. Então, se voce quiser passar o resto do dia aqui ou mesmo vir somente para cá direto de Amsterdã (são apenas 45 min) é um super programa! Se você estiver viajando com crianças, venha direto para cá!
O bom aqui é andar pelos caminhos floridos, pelas pontezinhas de madeira e curtir o clima tranquilo com uma paisagem de cartão postal.
Com certeza daria para passar o resto do dia aqui, mas decidi seguir em frente e conhecer um pouco mais da Holanda indo até Delft. Dá uns 50 min de carro pela A4. Já é uma cidade maior, mas que mantém seu centro histórico. A praça com a Stadhuis (Camara Municipal) e a antiga igreja de Santa Ursula é linda. Vale uma parada para apreciar.

É uma cidade importante por ser onde nasceu e viveu o pintor Johannes Vermeer, famoso pelo quadro Mulher com Brinco de Pérola. Há um museu dedicado a ele aqui em Delft, mas esse quadro específicamente está em Haia. Delft também é famosa pela cerâmica que produz - é aquela branca com desenhos em azul. As fábricas centenárias explicam como conseguir essa cor através de um pigmento colocado na tinta preta e que a torna azul quando queimada. Uma peça verdadeira (cuidado com as imitações!), artesanal, única (pintada a mão), é numerada, é linda, mas é cara! Eu não resisti e trouxe uma pequenininha!
Na Holanda tudo é perto para nosso padrão de país continental e aqui bem perto estão duas cidades importantes: Haia (9 Km) e Roterdam (18 Km). Mesmo tão perto, são cidades maiores, que merecem um olhar mais atento e sem pressa. Se ficar mais tempo em Amsterdã, venha outro dia. Haia (ou den Haag) é a sede de várias cortes internacionais e Roterdam é a segunda maior cidade da Holanda e um dos maiores portos do mundo.
Haia ou den Haag em holandes
Talvez voce possa ficar em Roterdam a caminho da Belgica, por exemplo. Conhecer a Holanda e a Belgica dá uma viagem de férias e tanto.
Para terminar esse dia fui visitar Madurodam, um parque de miniaturas próximo de Haia. Se estiver com crianças, não perca! Ele foi construido pela familia de George Maduro que morreu lutando contra a ocupação nazista e tinha o sonho de construir esse parque. Todos os prédios importantes da Holanda estão representados aqui.
Depois é voltar para Amsterdã pela A4 ladeada por campos de flores a perder de vista!