sexta-feira, 5 de julho de 2024

VISITANDO SEVILHA A CAPITAL DA ANDALUZIA - DIA 2

Meu segundo dia em Sevilha foi dedicado a explorar o Casco Antiguo, o centro da cidade velha de Sevilha, começando por visitar a Catedral e o Real Alcazar de Sevilha.

Atenção que para ambos é necessário comprar ingresso, e de novo valem duas recomendações:

1. principalmente nas épocas de temporada, é fortemente recomendado comprar o ingresso com antecedência, para evitar filas e principalmente otimizar seu tempo de passeio, até mesmo não ter o desprazer de não conseguir fazer a visita.

2. claro que há variação de preços e também há controle de gastos em toda viagem, mas tanto o Alcazar como a Catedral tem tanta história e tanta coisa para ver, que é sempre bom escolher a visita guiada.

O Real Alcazar de Sevilha é um conjunto de palácios construídos e decorados em estilo mudejar (árabe espanhol) e renascentista, cercados por uma muralha e com jardins maravilhosos. Lembra Alhambra, que visitei em Granada, mas numa situação diferente, mais inserida na cidade e os jardins... além das 170 variedades de plantas que podem ser encontradas nos 60.000 metros quadrados de jardins, há lagos, esculturas, azulejos multicoloridos, canais e fontes. 


Muralhas de Alcazar Real


Depois dessa visita, fui conhecer a Catedral de Sevilha. Catedral de Santa Maria da Sé (Santa Maria de La Sede), maior catedral gótica do mundo. As visitas tem hora marcada e numero fixo de pessoas por vez, então, se programe e não deixe de fazer essa visita! A visita guiada leva 90 minutos. A igreja foi construída sobre uma antiga mesquita (padrão da reconquista espanhola para mostrar força), em 1248 quando a cidade foi conquistada por Fernando de Castela. Por conta disso, ela tem uma forma diferente das igrejas góticas tradicionais, formando um retângulo com naves. O minarete foi transformado em campanário, apelidado de La Giralda. O pátio interno de laranjeiras também é herança árabe.  Ao longo dos anos as reformas foram acrescentando outros estilos além do mudejar e gótico, passando pelo renascentista, barroco e neoclássico.  Por volta da catedral vemos várias colunas com correntes, algumas ainda são romanas, marcando a que é o território eclesiástico. A entrada para a visita é pela praça da Virgem de Los Reyes.

Entrada para a visita da catedral, lembrando que sempre tem muita gente! Dá para notar as colunas e correntes

Detalhe das laranjeiras.

Dentro da catedral, a gente se impressiona com o tamanho, a altura, o estilo arquitetônico, mas principalmente com o tamanho e a valia do patrimônio artístico! Com tanta coisa para, minha reação foi deixar cair o queixo e ficar vagando o olhar por tudo e por nada, totalmente deslumbrada! É nessa hora que o guia faz a diferença. Para ajudar, segue o mais interessante, curioso, importante ou também podemos dizer um roteiro dos "melhores momentos":

  • O vitral de São Sebastião, com a cara do rei Carlos V.

  • O retábulo central que é o maior e mais rico altar do mundo. Tem 44 quadros, ou cenas religiosas, e quase 30 metros de altura todo de ouro!

  • A imagem da padroeira da catedral Santa Maria da Sé

  • As obras de arte: "Visão de Santo Antonio de Pádua" de Murillo e "Santa Justa e Santa Rufina", as padroeiras de Sevilha, de Goya.

  • O túmulo de Cristóvão Colombo, a parte da visita que me deixou mais impactada! Enorme, cheio de detalhes, com 4 figuras representando os 4 reinos principais da Espanha: Castela, Leão, Aragão e Navarra. Uma lindeza inesperada!
  • Subir os 101 metros (em rampas) da Giralda e ter uma vista panorâmica de Sevilha.





As fotos não ficaram boas, infelizmente. Muitas tremidas de tão impactada fiquei com essa visita. Não percam!

Depois dessas duas visitas em pontos históricos, continuei no Casco Antiguo, mas numa área mais moderna e com pontos comerciais.

Fiz uma parada na Bodega Dos de Mayo, para comer tapas e beber uma "cerveza". Mesas ao ar livre, bom atendimento e um descanso mais que necessário.




Um tempo para visitar o comercio nas ruas próximas, antes da visita seguinte - as Setas de Sevilha. Monumento na Praça de La Encarnacion, construído em 2011 dentro de implano para revitalização dessa parte da cidade. Desenhado pelo arquiteto alemão Jürgen Mayer-Hermann, tem 150 por 70 metros e aproximadamente 26 metros de altura. Tem um mirante de onde se tem outra vista linda da cidade. O ideal é estar ali para o por do sol que em Sevilha é sempre um espetáculo que merece ser bem apreciado!

Algumas ruas tem essa espécie de cobertura para proteger do sol e do calor

Para encerrar a estadia nessa cidade linda e especial (infelizmente a viagem tem que continuar), fui assistir um show de flamenco! Não se pode sair da Andaluzia sem ver essa arte tão típica e tão linda! Eu fui ao Tablao El Arenal onde tem show + tapas e jantar todas as noites.


Foi como se diz "fechar com chave de ouro"!


PREÇOS E ENDEREÇOS:

REAL ALCAZAR: entrada: 13,50 euros. Visita guiada: 36 euros.
CATEDRAL DE SEVILHA: entrada: 12 euros. Com audioguia: 17 euros. Visita guiada: 20 euros.
BODEGA DOS DE MAYO: Plaza de La Gavidia, 6 - Casco Antiguo
TABLAO EL ARENAL: C. Rodo, 7 Barrio del Arenal

sábado, 29 de junho de 2024

VISITANDO SEVILHA A CAPITAL DA ANDALUZIA - DIA 1

Continuando minha viagem pela Espanha de agosto de 2022, dei adeus (na verdade um até logo) para Granada e parti em direção à Sevilha, a capital da Andaluzia, ainda para apreciar esse herança árabe que tanto influenciou a cultura espanhola.

Foram 243 Km desde Granada e a chegada foi tranquila apesar de ser uma cidade maior, com mais que o dobro da população de Granada. Fiquei hospedada por 2 noites no Hotel Meliá Lebreros (Luis de Morales,2). Fácil de chegar, estacionamento próximo (estava viajando de carro) e em frente ao hotel tem uma El Corte Ingles e o Nervión Plaza Shopping Center. Qualidade da rede de hotéis, facilidade também para chegar nos principais pontos turísticos que ficam todos bem próximos. Há uma estação de metrô (Nervión - linha 1) próxima do hotel.

Bem feliz de estar em Sevilha, uma cidade de aproximadamente 700.000 habitantes, mas com um ritmo de vida descontraído, muita cultura e história, uma vida noturna agitada! É uma cidade de um astral ótimo. O clima é bem quente e seco, então é se programar para ter uma estadia boa.

Agora bem acomodada, vamos aos passeios!! 

DIA 1

Fui direto conhecer a Plaza de España! 


Praça construída no parque Maria Luiza em 1928 para a exposição Ibero-America do ano seguinte. Obra de Anibal Gonzalez. Tem uma forma semi circular, com um edifício central e duas torres em estilo barroco. Na praça em frente aos edifícios há um canal com 500 metros, onde se pode passear de barco. A parte que eu acho mais especial e linda é a galeria com 48 bancos com decoração de azulejos, feitos pelos mestres artesãos de Triana, representando ao províncias espanholas.


Detalhe de uma das torres barrocas do edifício da Plaza de España 

Vista do edifício central, do canal e uma de suas pontes


Galeria de azulejos

Galeria de azulejos mostrando o brasão e características das regiões da Espanha

Eu fui atrás de achar a galeria que representa a região de origem do meu bisavô paterno: Orense, na Galícia.


Achei a galeria da região do meu bisavô!

Depois de conhecer a praça, vale passear pelo parque Maria Luiza, uma parte dos jardins do Palácio de San Telmo que foi doada para a cidade no final do século XIX. São avenidas decoradas, tanques, lagos, pontes, jardins, edifícios históricos e muitas árvores que refrescam o clima sempre muito quente de Sevilha. Fica aqui no parque o Museu de Artes e Costumes Populares.


Nessa cidade de clima muito quente (viajei no início de setembro!) passear por entre as árvores é muito necessário.

Depois do parque se tiver disposição, é possível passear pelo bairro antigo de Santa Cruz, com suas várias lojas de artesanato, bares e restaurantes. Se o cansaço já estiver chegando, que tal fazer um passeio pelos centro histórico de "calesa" (charrete)? São várias nessa região do parque e como os pontos turísticos são próximos, é possível passar pela Torre do Ouro, que fica na margem do rio Guadalquivir e fazia parte da muralha da cidade, construída em 1221, e também pela catedral de Sevilha e pelo Alcazar, que vou visitar no segundo dia na cidade e contar com detalhes no próximo post.





Torre del Oro

As "calesas" de Sevilha

Para quem tem interesse, mais uma opção de passeio é conhecer a Plaza de Toros de La Maestranza, a mais velha e de maior tradição da Espanha. Eu já fiz a visita na primeira vez que estive em Sevilha.

O jantar para encerrar esse primeiro dia foi no bairro de Triana, na outra margem do rio, antigo (desde tempos romanos), animado, com uma concentração de bares e restaurantes, berço de cantores e dançarinos de flamenco, oleiros e artesãos.
Escolhi o restaurante Mariatrifulca (23, Puente Isabel II ou ponte de Triana), com um bar na primeiro andar e o restaurante no terraço. Fica em frente ao Mercado de Triana e bem próximo da ponte, o que faz com que tenha uma vista maravilhosa da cidade no por do sol.


Bar do Mariatrifulca

Sevilha vista do restaurante ao por do sol e a noite. Tem jeito melhor de encerrar esse post?



quinta-feira, 13 de junho de 2024

SEGUNDO DIA EM GRANADA: CONHECENDO ALHAMBRA

Conhecer o complexo palaciano e fortaleza de Alhambra, um patrimônio mundial da Humanidade pela UNESCO é o objetivo de todo turista que visita Granada. Sendo uma das relíquias islâmicas mais bem preservadas da Europa e atração mais visitada da Espanha, conhecê-la merece organização e preparação. 

Importante saber que o número de visitantes/dia é limitado e a entrada tem horário marcado. É mais seguro e evita filas e espera reservar o ingresso com antecedência. Pelo site é possível comprar de 90 dias a 2 horas de antecedência. Os ingressos custam a partir de 25 euros. A opção de visitar não só os palácios como também os jardins e o Generalife (explico depois) é uma ótima opção, mas vai demorar em torno de 4 horas. Se programe! Recomendo muito a visita guiada, para entender o contexto histórico e ficar atento a todos os detalhes dessa arquitetura singular (custa em torno de 195 reais). Existe uma opção de visita noturna. Dentro do complexo também está o Palácio de Carlos V, de arquitetura renascentista e reforçando a crença cristã do rei, que hoje abriga o Museu de Belas Artes e o Museu de Alhambra.

Alhambra significa "castelo vermelho" e foi construído para mostrar o poder da dinastia Nasrida e de forma que pudesse ser contemplado de qualquer lugar de Granada. É um complexo que une fortaleza e palácios. 

Um pouco da história: a fortaleza foi construída em 889 d.C., sobre os restos de uma fortificação romana. Em 1238, no reinado de Muhammad I foram construídos os palácios para residencia real. Por 200 anos o reino de Granada foi o último poder muçulmano na Península Ibérica e depois da construção de Alhambra entrou em seu período mais esplendoroso. Em 1492 houve a reconquista de Granada pelos reis católicos Fernando e Isabel, Alhambra se transformou em residência real, foram feitas reformas (que mantiveram muito do passado islâmico) e foi construído o Convento de São Francisco. Carlos V, neto dos reis católicos, construiu mais um palácio, esse já de arquitetura renascentista. Nos séculos XVIII e XIX o complexo ficou abandonado e quase foi destruído pelas tropas francesas de Napoleão.  Para nossa sorte, em 1870 passou para o estado, foi restaurado e declarado Monumento Nacional.

Me encaminhando para a entrada para iniciar a visita.
A VISITA:

Iniciamos atravessando a muralha próxima à Alcazaba, a parte mais antiga, a fortaleza. A muralha, sua espessura e portas são impressionantes. É possível ver a fundação das casas militares, dando uma ideia do tamanho e de como viviam. Possui várias torres, de onde se tem uma vista linda da cidade de Granada.

Porta de entrada

O tamanho impressiona

Interior da Alcazaba

Interior da Alcazaba

Torres de defesa

Vista da cidade

Granada ao fundo

Depois de passar pela Alcabaza, fomos através de áreas com jardins e fontes, conhecer os chamados palácios nasridas, que são 3:




1. PALÁCIO MEXUAR: o mais antigo, portanto em pior estado. Era usado para reuniões políticas e julgamentos. A sala principal tem azulejos e gelosias, criando um ambiente bonito e refrescante. Vale o parentesis para dizer que essa região da Andaluzia é muito quente então um ambiente refrescante é ouro!

detalhe dos azulejos e escrita

teto entalhado em madeira




A entrada tem duas portas, uma delas falsa para confundir inimigos


2. PALÁCIO DE COMARES: construído ao redor do pátio de Los Arrayanes e seu espelho d'água, é a construção mais importante por ser a residência oficial do sultão. Abriga o salão do trono, salões de festa e foi construído com os materiais mais nobres da época: mármore, madeira e cerâmica.



Pátio de Los Arrayanes



3. PALÁCIO DE LOS LEONES: onde o sultão abrigava seu harém e sua família.

os leões na fonte do pátio central que dá nome ao palácio




Além dos 3 palácios, a visita inclui (você pode fazer a visita sem essa parte) conhecer o Generalife, a residência de férias e seus jardins maravilhosos, e o Palácio de Carlos V.

Palácio de Carlos V ao fundo

Vista do Generalife

Ao fim da visita, hora do almoço! Fomos a um restaurante bem próximo do complexo de Alhambra, poderia ser um clássico "pega turista", mas tinha uma comida boa, o preço era OK e o atendimento ótimo! Recomendo.

RESTAURANTE JARDINES ALBERTO - Paseo de La Sabica, 2. Cozinha espanhola. Faixa de preços: R$86 a 173.

Para o restante do dia, pode-se conhecer a cidade de Granada propriamente dita, descansar, usar para compras e depois para finalizar visitar o bairro de Sacromente, onde vivem famílias de ascendencia cigana para visitar as "cuevas", moradias escavadas na montanha onde você pode assistir a um show de ZAMBRA GITANA (o flamenco de Granada) saboreando tapas e vinhos. Eu fiz esse passeio da primeira vez que estive em Granada. Dessa vez, rumei direto para o próximo destino - Sevilha.

Até lá!